SCUT: «Governo entrou numa anarquia de propostas» - TVI

SCUT: «Governo entrou numa anarquia de propostas»

SCUT: protesto entope A29 em Gaia

Municípios criticam critérios de isenção e apontam os efeitos das portagens na regiões afectadas

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O secretário-geral do Eixo Atlântico considerou esta quarta-feira que «impor custos» aos utilizadores da A28 (SCUT Norte Litoral) «vai prejudicar a dinâmica económica da euro região» Galiza/norte de Portugal.

«Não achamos que impor custos na auto-estrada agora, sobretudo quando não há alternativa, seja o melhor método para o desenvolvimento da região», afirmou Xoan Mao, em declarações à Lusa.

O secretário-geral do Eixo Atlântico afirmou que esta questão de introdução de portagens na A28 será debatida «em breve» pela comissão executiva do organismo.

«Ainda hoje conhecemos uma nova proposta que prevê a isenção para algumas cidades, temos alguma dificuldade em perceber a mensagem do Governo. Cada semana há uma proposta diferente, parece que não tem as ideias claras e, em cada semana, faz uma parte da casa sem ter os projectos da obra», sustentou.

Para o Eixo Atlântico, «este não é o momento, não é altura de introduzir portagens», bem como o «chip» de matrícula escolhido pelo Governo português não é «a melhor forma» para fazer a cobrança.

Governo em «anarquia»

O presidente da Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL), Macário Correia, classificou a proposta de isentar 46 municípios de «caricata» e acusa o Governo de ter entrado numa «anarquia» sobre as portagens nas SCUT.

«Estas propostas de manhã para tarde e de um dia para o outro, com esta confusão total e injustiça é sinal de que o Governo perdeu o pé», referiu o social-democrata.

«Acho que o Governo perdeu a serenidade, perdeu a confiança e a segurança em si próprio», entrando «numa anarquia de propostas que mudam de manhã para a tarde, e de um dia para o outro», afirmou.

O autarca pediu ao Governo para «terem o bom senso de se calarem por algum tempo».

Ou pagam todos ou não paga ninguém

Os municípios dos vales do Sousa e Tâmega obrigados a pagar para circularem em auto-estradas criticaram também a proposta do Governo, considerando-a «uma injustiça».

«Mas alguém compreende por que é que um cidadão de Paços de Ferreira ou Lousada tem isenções numa viagem até ao Porto e um cidadão do meu concelho não tem? Será que consideram que temos tem um nível de vida superior?», questionou, em declarações à Lusa, o presidente da Câmara de Amarante.

«Não faz qualquer sentido, não há um tratamento equitativo, é uma completa injustiça uns pagarem e outros, mesmo ao lado, ficarem isentos. Ninguém compreende isto», acrescentou.

Armindo Abreu defendeu que a solução é pagarem todos ou não pagar ninguém.

«Se o Governo tiver condições de oferecer auto-estradas de graça, pois que o faça. Se não tiver, pois que paguem todos», afirmou.
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