Seca: albufeiras têm água para dois anos - TVI

Seca: albufeiras têm água para dois anos

Seca (lusa)

Quem o afirma é o ex-ministro do Ambiente Francisco Nunes Correia

O ex-ministro do Ambiente Francisco Nunes Correia defendeu sexta-feira à noite que Portugal já adota medidas de adaptação às alterações climáticas e embora haja seca, afetando culturas de sequeiro e pastagens, as albufeiras têm água para dois anos.

«Não quer dizer que não estejamos numa situação de seca muito preocupante, mas aquilo que é afetado é muito menor do que aquilo que seria se não houvesse uma capacidade de armazemento a permitir superar situações de seca», disse o responsável, citado pela agência Lusa.

Falando à agência Lusa a propósito do Fórum Mundial da Água, que decorre entre segunda e sábado em Marselha, França, Nunes Correia referiu que Portugal já está a «adotar, direta ou indiretamente, medidas de adaptação que permitem mitigar as alterações climáticas».

Lembrou que, em 2005, ocorreu uma das secas mais graves dos últimos 100 anos e «Portugal ultrapassou esses problemas de uma forma muito melhor do que tinha acontecido em eventos anteriores».

Atualmente, o abastecimento de água é garantido a partir de um conjunto de albufeiras ou de barragens que «permitem uma regularização bastante grande», realçou o presidente da Parceria Portuguesa para a Água.

Com o país a registar um novo período de seca, o responsável apontou que «os serviços meteorológicos chamam muito a atenção para a seca porque é a falta de chuva, e tudo o que é cultura de sequeiro e pastagens ressente-se desde já».

Entretanto, o Instituto da Água (INAG) «vem dizer: atenção nas albufeiras ainda temos água para dois anos. Tudo o que está ligado a armazenamentos de água tem condições de resistir a uma seca grave durante um ano», defendeu.

«São sobretudo pastagens e sequeiro que neste momento são afetados, tudo o que é culturas regadas e tudo o que é abastecimento municipal, tirando zonas do país que estão fragilizadas, precisamente porque não têm armazemento de água, é que se ressentem mais», especificou Nunes Correia.

O trabalho de Portugal, nesse sentido, «está ser feito, vai sendo feito quase expontaneamente», resumiu.
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