Sogro e genro acusados de enviar «escravos» para Espanha

A Polícia Judiciária da Guarda anunciou esta segunda-feira a conclusão de um inquérito no qual propõe a acusação de dois homens pela alegada prática dos crimes de sequestro, tráfico de pessoas e escravidão, ocorridos em Espanha.

De acordo com uma nota do Departamento de Investigação Criminal da PJ da Guarda, «foram investigados factos susceptíveis de integrarem» aqueles crimes, pelos quais se encontram indiciados dois homens de nacionalidade portuguesa de 33 e 48 anos, um residente na zona da Guarda e outro em Espanha, informa a Lusa.

As investigações deste caso foram iniciadas em Agosto de 2009, «na sequência de uma denúncia dando conta de que um homem de 27 anos de idade teria sido alegadamente transportado para Espanha, contra a sua vontade, com a finalidade de a sua força de trabalho ser explorada numa exploração agrícola».

No decorrer das investigações, foram recolhidos «diversos elementos probatórios que indiciam fortemente» que, no ano passado, outros trabalhadores foram transportados para Espanha, pelos arguidos. A fonte refere que os portugueses eram levados «para trabalharem numa exploração agrícola, onde depois eram mantidos contra a sua vontade, sem que lhes fosse paga qualquer retribuição».

Os proprietários da exploração, situada na zona de Logroño, em Espanha, contratavam serviços à tarefa aos arguidos, e «não teriam qualquer conhecimento destes factos». Os dois indivíduos indiciados pela prática dos crimes de sequestro, tráfico de pessoas e escravidão, são sogro e genro, um natural da região da Guarda e outro de Mangualde.

Para além do caso do jovem de 27 anos, que deu origem às investigações, os suspeitos também terão levado para Espanha um casal da zona de Mangualde, de 53 e 55 anos, para trabalhar na apanha da fruta.