Tripulante de ambulância julgado por pedofilia - TVI

Tripulante de ambulância julgado por pedofilia

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Homem é suspeito de abusar sexualmente de dois menores

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O Tribunal de São João Novo começa terça-feira a julgar um tripulante de ambulâncias acusado de abusar sexualmente de dois menores, um dos quais vítima de abuso durante os dois anos em que viveu na residência do arguido.

Tudo terá começado em 2005 quando, segundo a acusação do Ministério Público, o arguido foi apresentado à mãe de «João» (nome fictício) então com nove anos, começando a frequentar a sua casa no Porto com elevada frequência.

A certa altura a progenitora ficou numa situação financeira «muito deficiente», tendo de viver num quarto alugado onde não havia espaço para os seus três filhos.

Foi então que o arguido «se ofereceu» para acolher o jovem João em sua casa, «prontificando-se a levá-lo à escola e a ajudá-lo nos deveres escolares», o que a mãe aceitou por confiar no arguido que «manifestava afecto desinteressado» pelo seu filho.

Já com 10 anos, o menor passou a viver com o arguido, dormindo com ele «no mesmo quarto e na mesma cama». Foi aí que o arguido terá, alegadamente, praticado com o menor vários tipos de actos sexuais que também fotografava, guardando as imagens no seu computador.

Silêncio comprado com Playstation e agressões

A acusação sustenta que, para conseguir o silêncio e passividade de João, o arguido agrediu-o várias vezes, além de lhe oferecer presentes como uma Playstation. As práticas sexuais do arguido com o menor terão ocorrido pelo menos 50 vezes e só cessaram, supostamente, quando este conseguiu fugir.

A acusação refere ainda que João «evidencia sintomas de instabilidade afectiva e emocional e o seu desenvolvimento psicossocial futuro pode ocorrer com dificuldades, sobretudo na expressão da sua sexualidade».

O arguido está ainda acusado da prática de dois crimes de abuso sexual a um segundo menor, filho de uma amiga de infância. Por causa dessa amizade, a progenitora permitiu que o filho - então com sete anos - acompanhasse o arguido até à sua habitação onde este o terá abusado.

Procura cenas de sexo com crianças na Internet

O MP alega que desde a pré-adolescência que o arguido «procurava e visualizava na Internet imagens pornográficas exibindo cenas de sexo com crianças» e que «acabou por desenvolver e concretizar a sua sexualidade, quase exclusivamente pela atracção por crianças impúberes do sexo masculino».

No seguimento da acusação, o Ministério Público pediu que a investigação fosse continuada uma vez que as fotografias de crianças encontradas no computador do arguido levantam a suspeita de que poderá haver mais vítimas de abuso, ainda não identificadas.

O arguido, Hugo A., encontra-se em prisão preventiva e está acusado de 53 crimes consumados de abuso sexual de criança e um crime de coacção. O início do julgamento, à porta fechada, está marcado para as 09:45 na quarta vara do Tribunal de São João Novo.
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