Venezuela: mulheres de portugueses assassinados viram tudo

As mulheres de dois irmãos portugueses assassinados terça-feira na Venezuela assistiram ao homicídio e só sobreviveram porque se deitaram no chão da carrinha onde todos seguiam, noticia esta quinta-feira a imprensa daquele país, citada pela Lusa.

Segundo o Últimas Notícias, as mulheres dos dois empresários viajavam com as vítimas, mas «não lhes aconteceu nada porque se deitaram no chão da carrinha e depois saíram a correr para pedir ajuda».

O mesmo jornal precisa ainda que os irmãos eram naturais da Madeira, viajavam numa carrinha Toyota 4Runner de cor prateada e foram interceptados por quatro homens armados que circulavam em duas motos, quando se dirigiam às suas residências, localizadas em Santo António de Los Altos (a sul de Caracas).

«Um deles manteve-se ao lado e disparou contra o condutor e outro abriu fogo de frente contra o passageiro», explica o jornal.

Venezuela: morte de dois irmãos portugueses investigada

Segundos fontes da comunidade lusa radicada na Venezuela, um dos irmãos foi recentemente vítima de duas tentativas de sequestro.

Naturais da Madeira e radicados na Venezuela desde 1962, os dois irmãos, de 52 e 59 anos, foram assassinados na noite de terça-feira em Caracas, onde eram proprietários de uma joalharia.

O assassínio está a ser investigado por funcionários da Divisão Contra Homicídios do Corpo de Investigações Científicas, Penais e Criminalísticas (CICPC, antiga Polícia Técnica Judiciária) que suspeitaram tratar-se de morte por encomenda.

No veículo foram localizadas 12 marcas de balas, dez das quais no parabrisas da carrinha.

Segundo dados não oficiais, pelo menos sete portugueses foram assassinados na Venezuela desde Janeiro, tendo 28 sido mortos em 2008.

O Consulado-geral de Portugal em Caracas está a acompanhar a situação.