Venezuela: uma das portuguesas presa por tráfico de droga está de regresso - TVI

Venezuela: uma das portuguesas presa por tráfico de droga está de regresso

Maria Antonieta Parreira Soares Liz conseguiu a transferência para Portugal

ACTUALIZADA ÀS 12h51

Uma das três portuguesas que foram detidas em 2004 na Venezuela, depois da descoberta de quase 400 quilogramas de cocaína num avião fretado pela Air Luxor, foi este domingo transferida para Portugal, revelaram à Agência Lusa fontes policiais.

Segundo as mesmas fontes, a portuguesa Maria Antonieta Parreira Soares Liz partiu sábado do Aeroporto Internacional Simón Bolívar de Maiquetía (Norte de Caracas), pelas 19h30 horas locais (1h00 deste domingo em Lisboa), num voo da TAP, acompanhada por dois guardas prisionais encarregues da sua custódia até uma prisão portuguesa.

O avião aterrou às 10h15 no aeroporto de Lisboa.

Num contacto telefónico com a Agência Lusa, minutos antes da descolagem, a portuguesa sublinhou: «É uma alegria, apesar de não ter a minha liberdade plena.»

«Sinto uma paz grande, o que mais queria era sair deste mundo e voltar para o meu mundo, apesar de saber que ainda poderei estar numa prisão durante algum tempo, mas não me importa porque vou estar com pessoas que falam a minha língua, que me entenderão e poderei receber visitas da minha mãe e da minha família», disse.

Comovida, a portuguesa voltou a insistir na sua inocência e agradeceu o acompanhamento das autoridades consulares portuguesas.

Presa desde 24 de Outubro de 2004, Maria Antonieta Liz foi condenada a 15 de Dezembro de 2005, conjuntamente com outras duas portuguesas, a nove anos de prisão por tráfico de droga, apesar de documentos do Ministério Público português confirmarem que foi «convidada» para as acompanhar numa viagem a Caracas.

Segundo avançaram à Lusa várias fontes, a 1 de Maio de 2008 - antes da visita do primeiro-ministro José Sócrates a Caracas - Maria Antonieta foi visitada na cadeia por uma procuradora, um representante do Ministério de Relações Exteriores da Venezuela e outro do Consulado Geral de Portugal em Caracas.

Nessa ocasião, foi-lhe prometido que «o presidente Hugo Chávez lhe concedia um indulto», com a garantia de que «sairia na semana seguinte».

As outras duas portuguesas continuam presas no Instituto Nacional de Orientação Feminina de Los Teques, a sul de Caracas, uma delas a aguardar também por um pedido de transferência para Portugal.

O caso remonta a Outubro de 2004, quando um avião da Air Luxor ficou retido em Caracas depois de a tripulação localizar e denunciar às autoridades a existência de malas onde foram encontrados quase 400 quilos de cocaína.

Em Dezembro de 2005, o copiloto Luís Santos foi absolvido e as três passageiras portuguesas foram condenadas a nove anos de prisão por tráfico de droga. Seis venezuelanos foram condenados a penas entre quatro anos e meio e nove anos de prisão.
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