Areais do Douro já mataram mais de uma dezena - TVI

Areais do Douro já mataram mais de uma dezena

Buscas no Douro

«Ainda hoje estavam crianças sozinhas na água», na zona aonde domingo desapareceu um jovem

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O comandante dos sapadores bombeiros de Gaia apelou hoje à proibição dos banhos no rio junto ao Areinho de Oliveira do Douro, praia não vigiada e não qual na última década «terão morrido uma dezena de pessoas».

«Tem que se arranjar forma [de proibir] e tem que haver quem assuma a responsabilidade no rio. Não podem deixar [as pessoas] ir à água», disse hoje à Lusa o comandante Salvador Almeida.

O responsável falava um dia depois do desaparecimento de um jovem de 15 anos naquela zona, que, na tarde de domingo, estaria agarrado a uma boia verde no meio do Rio Douro e «de repente desapareceu».

Para o comandante, «aquilo não é praia, é uma zona de lazer aonde está afixado que não se pode tomar banho, porque a água não tem qualidade».

Independentemente dos avisos, são muitos os veraneantes que «não cumprem» e procuram aquele local para banhos de sol e de rio, pelo que «só proibindo e estando lá alguém» será possível evitar novos acidentes, considerou.

Salvador Almeida defendeu que, especialmente «nestes meses de verão», deve existir naquele local «uma ação policial», que poderá ser feita «talvez pela Polícia Marítima».

«As praias têm de ser proibidas» e ter «vigilância fixa», frisou o responsável, que diz «assistir impotente» aos acidentes que anualmente ocorrem nos areais do Douro.

Lamentou ainda ter encontrado hoje «crianças sozinhas na água», na zona aonde domingo desapareceu um jovem.

Também o presidente da junta de freguesia de Oliveira do Douro lamentou a «situação mais ou menos recorrente ao longo do rio», sublinhando que «as pessoas têm de ter a noção que não estão reunidas as condições necessárias» para banhos.

«Há muitos anos que pedimos vigilância no período estival», assinalou o autarca Dário Silva, deixando a questão: «Têm de continuar a morrer pessoas para considerarem que é necessário vigilância?».

O presidente lamentou ainda «nunca» ter visto os seus pedidos serem atendidos pela Capitania do Porto ou Administração Hidrográfica, assinalando que «o rio é apetecível, mas tem as suas ratoeiras».

Em julho de 2003, uma criança de 11 anos desapareceu quando se encontrava com familiares na praia fluvial do Areinho. Em julho de 2007, um banhista de 30 anos morreu afogado naquele mesmo local, sendo visto por populares a atirar-se ao Douro, em calções de banho, e a desaparecer nas suas águas. Um ano mais tarde foi a vez de um jovem de 18 anos morrer afogado junto ao Areinho de Avintes, Gaia.

Em junho de 2010, um homem desapareceu também na zona do Areinho de Avintes depois de ter caído de um barco ao rio.

No grande Porto, a única praia fluvial que foi classificada como água balnear foi a da Lomba, em Gondomar, que, segundo o autarca local, dispõe de três nadadores salvadores e recebe entre 1.500 a 2.000 pessoas aos fins de semana, durante os meses de julho e agosto.
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