«Chegamos por semana aos 1500 euros»

Cláudia tem 19 anos e é prostituta em Portugal. A TVI encontrou a jovem romena numa operação de fiscalização do SEF, a meio da tarde, a um café na margem sul. Em conversa, aceitou dar o seu testemunho e confessar que já se deitou com mais de 40 homens numa só noite e que em média consegue por semana mais de 1500 euros.

Ao contrário de vítimas de tráfico humano, também entrevistadas pela TVI, Cláudia não admite ser vítima de exploração sexual. Alega que conseguiu o contacto de casas em Portugal através de amigas romenas. Chegada a território nacional «salta» de casa em casa à procura das melhores condições para trabalhar, ou seja, aquelas em que tem melhores instalações e consegue fazer mais dinheiro.

Quando questionada sobre quem a ajuda nas viagens sublinha que é independente. «Consigo os números outras meninas e ligo a perguntar se é possível fazer uma quinzena», conta.



Cláudia diz saber que «isto não é vida para ninguém», mas justifica o seu sofrimento com o filho que deixou para trás e pelo sonho de voltar ao país com dinheiro para uma vida melhor. «Tens de aguentar homens bêbedos, homens chatos, homens novos, homens a cheirar mal, homem cheira bem, de tudo mesmo».

Apanhada em flagrante pelo SEF na cama com um homem, colabora com as autoridades e conta como e confessa que chegou a ter sexo com 40 homens num só dia. Um máximo que raramente repete. A média diária ronda os 10, 15 homens.



Em declarações à TVI, o SEF declara que existem casos ainda mais chocantes, nomeadamente, na prostituição de rua, onde as mulheres são obrigadas à prostituição durante mais de 16 horas num só dia.

É com o sotaque, ganho no convívio constante com as prostitutas brasileiras, que Cláudia conta ainda como consegue mais dinheiro numa semana do que a maioria dos portugueses num mês.

« A gente não ganha por mês, não ganha por semana, a gente ganha por dia. Chega a uma altura de 200, 300 euros. Já cheguei a uma altura de 500 euros por dia. Se a gente junta cada dia, chegamos a por semana, mais ou menos 1500, 2000 mil euros por semana que a gente chega. É isso que eu estou juntando cada fim-de-semana envio para Roménia».

A jovem romena admite que para já não vai parar. Pelo menos, durante mais um ano vai continuar a saltar de bar em bar à procura de uma vida melhor no futuro, isto é, à procura de clientes para satisfazer.

As operações de fiscalização do SEF são normalmente a bares de alterne que funcionam normalmente à noite. Recentemente, o SEF detectou uma nova realidade. A prostituição tem um novo mercado. A partir da tarde em alguns cafés, em zonas residenciais, é possível encontrar mulheres no seu interior prontas a satisfazer os clientes.

Estes cafés ficam normalmente no piso inferior de uma moradia que na parte superior tem diversos quartos onde as mulheres vivem e trabalham.