Maria Luísa: sismo foi factor possível de queda - TVI

Maria Luísa: sismo foi factor possível de queda

Queda de falésia no Algarve (LUIS FORRA/LUSA)

Novo relatório admite que sismo e agitação marítima podem ter levado a queda de arriba

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A derrocada que vitimou cinco pessoas na praia Maria Luísa é um acidente improvável cujas causas directas são difíceis de apurar, não tendo havido indícios que antecipassem o colapso, conclui um relatório divulgado hoje. No entanto, o mesmo documento revela que a agitação marítima e o sismo podem ter sido factores que levaram à derrocada.

O documento «Geodinâmica, Ocupação e Risco na Praia Maria Luísa», elaborado pela Administração da Região Hidrográfica do Algarve, está a partir de hoje disponível online na página do Ministério do Ambiente, mais de um mês depois do acidente, que ocorreu a 21 de Agosto.

Ao relatório, que se estende por cinquenta páginas, foram anexados dois pareceres sobre o risco das arribas, um da Universidade do Algarve, conhecido na passada semana, e outro da Faculdade de Ciências de Lisboa.

O documento conclui que o acidente tem um nível de probabilidade baixo, já que a maioria dos movimentos de massa ocorre durante o Inverno, quando há pouca ocupação nas praias e que não houve nenhum indício físico que antecipasse o colapso de parte daquela arriba.

Apesar de a ARH/Algarve não ter conseguido apurar as causas directas da derrocada, aponta como possíveis factores a agitação marítima e o sismo de magnitude 4.2 registado três dias antes.

Contudo, a ARH frisa que a agitação marítima e precipitação mantiveram-se em níveis de actividade baixos, pelo que «não pode ser atribuída qualquer relação directa entre os agentes e a derrocada verificada».

«A ciência nacional e internacional não tem ainda capacidade de prever quer a data da ocorrência, quer o local onde poderá ocorrer um fenómeno desta natureza, cujo nível de previsão é idêntico ao dos sismos», lê-se no relatório divulgado hoje.

De acordo com o parecer elaborado pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, o acidente foi originado por uma «rotura por tombamento», absolutamente «atípica» no que respeita aos factores que a desencadearam.

O documento sugere que o colapso pode ter sido motivado por envelhecimento ou fadiga natural dos materiais, havendo também contribuição das condições singulares da maré e do sismo que a antecederam.
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