Utentes satisfeitos com acesso a centros do saúde - TVI

Utentes satisfeitos com acesso a centros do saúde

Centro de Saúde dos Olivais (Foto Lusa/Manuel de Almeida)

No entanto, estudo revela que apenas 14 por cento marca consultas por telefone

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Apenas 14 por cento dos utentes dos centros de saúde marcam consultas por telefone e quase três em cada 10 desconhecem a existência de consultas de recurso para quem não tem médico de família, revela um estudo, noticia a Lusa.

O «Estudo do acesso aos cuidados de saúde primários do SNS [Serviço Nacional de Saúde]» foi realizado pela Entidade Reguladora da Saúde (ERS) para diagnosticar o acesso aos cuidados de saúde primários públicos, de forma a diagnosticar pontos frágeis e descobrir eventuais assimetrias regionais.

O inquérito concluiu que a maioria dos utentes está satisfeita com o acesso aos centros de saúde do SNS, mas aponta como aspectos negativos o facto de uma baixa percentagem de utentes marcar consultas por telefone e algum desconhecimento acerca do funcionamento dos serviços dos Centros de Saúde.

Apenas 14 em cada 100 utentes «com consulta marcada por iniciativa própria o fizeram telefonicamente» e 88 por cento dos utentes que marcaram consulta telefonicamente fizeram-no apenas com um telefonema.

Opinião positiva sobre tempo de espera

Dos utentes que marcaram consulta presencialmente, 93 por cento tiveram de se deslocar ao centro de saúde apenas uma vez. Apesar de a maioria ter uma imagem no geral positiva sobre as consultas de recurso, 28 por cento dos utentes desconhece que existem estas consultas nos centros de saúde para os utentes sem médico de família.

Os inquiridos mostraram estar satisfeitos com os horários de funcionamento das consultas nos centros de saúde, considerados por 84 por cento como «bons» ou «razoáveis» e 68 por cento tem uma opinião positiva em relação ao tempo de espera por uma consulta.

Mais de metade (54 por cento) não teve de esperar mais do que uma semana desde a marcação até ao dia em que foi atendido. No entanto, quando comparados com outros serviços, nomeadamente serviço de saúde privados, os centros de saúde foram classificaram negativamente quanto ao tempo de espera por uma consulta desde a marcação até ao dia da consulta e quanto ao tempo de espera para atendimento no dia.

Seis médicos para cada 10 mil

O estudo realça ainda que há 6,39 médicos nos centros de saúde para cada 10 mil habitantes. Segundo o estudo, há menor facilidade de acesso aos cuidados de saúde primários no Norte do continente, especialmente nas Sub-Regiões de Saúde de Vila Real, Bragança e Viseu, e maior facilidade de acesso em Faro, Coimbra e Castelo Branco.

As Sub-Regiões de Saúde de Portalegre, Leiria, Santarém, Porto, Braga, Viseu e Bragança são as que têm uma rede de cuidados primários do SNS menos ajustada às necessidades da população.

No entanto, concluiu o estudo, os cuidados de saúde primários estão próximos dos utentes e apenas 0,003 por cento da população do continente está a mais de 30 minutos de um centro de saúde.

Estes resultados foram obtidos pela ERS através de inquéritos sobre as condições de funcionamento, realizados junto de utentes dos 101 Centros de Saúde do SNS.
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