Professor agredido, mas aluno fica - TVI

Professor agredido, mas aluno fica

Universidade [arquivo]

Docente acusa estudante de o injuriar, perseguir e bater. Aluno nega agressões. Conheça o caso que incendeia Évora. Universidade pode expulsar com lei de Salazar

O caso remonta a 2004 e está repleto de pormenores surpreendentes. Professores de liceu coagidos, batidos e insultados já entram regularmente no alinhamento noticioso. Mas casos graves dentro de portas das universidades? Existem. Em Évora, Carlos Cupeto, foi insultado por um aluno e o tribunal condenou a agressão verbal, mas o docente diz que o caso não ficou por aqui e já apresentou outras três queixas-crimes contra Rui Robalo, o estudante de Engenharia Geológica.

Ao PortugalDiário, o aluno admite insultos no «calor do momento», pelos quais já foi condenado em 1200 euros. Só que Carlos Cupeto prossegue o rol de acusações, de forma pormenorizada em carta aberta à universidade e ao PortugalDiário, e relata a sova à porta do Colégio Luís Verney, as dezenas de telefonemas por noite, as ameaças, a perseguição da família, e os insultos.

Carlos Cupeto diz que esperou dois anos e meio para «preservar a academia de tamanha monstruosidade». Mas agora, e sem se verificar uma atitude por parte da universidade, irá «até onde for necessário». O professor garante que foi «alertando sucessivamente os diferentes órgãos». Sem sucesso. «Acima de tudo, preservo a cidadania. Não é um direito, é um dever alertar para o que se passa».

Até porque, o professor considera que a sua função de alerta vai muito mais além do que o «caso Cupeto»: «Isso os tribunais vão resolver». «O problema vai mais longe», diz, sem querer completar a insinuação, já deixada na frase: «Este individuo não tem capacidade intelectual para conseguir obter aprovação numa única disciplina na Universidade» e apesar disso «qualquer dia é Engenheiro Geotécnico». O «erro», diz o professor, «foi e é ter resistido aos métodos seguidos pelo indivíduo... Muitas vezes disse-me que apenas queria uma nota de dez e que ficaria tudo bem».

A acumular ao receio que acompanha o professor, Cupeto interroga-se sobre «a inércia da Universidade de Évora perante um assunto tão grave: O que tem de acontecer mais para a UE tomar uma posição conforme? O que devo fazer quando me cruzar com este indivíduo num corredor?»

A questão para Cupeto é simples: a provarem-se as acusações - e a agressão verbal registada em 2004 foi já condenada pelo tribunal - continua o aluno a frequentar a universidade?

[Leia com a Universidade pode expulsar com lei de Salazar]
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