BSE: investigador português prevê novos casos - TVI

BSE: investigador português prevê novos casos

Febre aftosa

Protecção contra a disseminação da doença funcionou

Um investigador português com vários estudos publicados em revistas internacionais sobre BSE (Encefalopatia Espongiforme Bovina) considera previsível o aparecimento de novos casos da versão humana da doença, mas em menor proporção do que no Reino Unido, informa a Lusa.

Entre 1995, quando surgiram no Reino Unido os primeiros três casos da nova variante da Doença de Creutzfeldt-Jacob (DCJ), até 2008, em que apareceu apenas um, registou-se um total de 164 casos naquele país, com um período de pico em 2000/2001.

Além desses casos no Reino Unido, onde a doença teve origem, registaram-se outros 23 óbitos em França, um em Itália, três na Holanda e cinco em Espanha. «Em Portugal é esperado, em princípio, o que aconteceu no Reino Unido, mas com uma magnitude 10 a 100 vezes menor», disse Pedro Simas.

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O investigador justifica a estimativa com o número de animais infectados, que no Reino Unido foi 100 vezes maior, e tendo em conta a eficácia comprovada das medidas de protecção da saúde pública, porque «se tal não tivesse acontecido, apesar de haver menos animais, haveria maior exposição».

«Conseguimos comprovar, através do número de casos que apareceram de BSE, a eficácia das medidas de protecção contra a disseminação da doença em bovinos», acrescentou.

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Mas, apesar de o problema das vacas estar ultrapassado, porque a doença está extinta há vários anos, o problema é a duração do período de incubação, que é muito grande, sendo que os casos da variante da DCJ só apareceram no Reino Unido cerca de dez anos depois da BSE terem começado a surgir nos bovinos.

É devido a esse longo período de incubação que só agora começaram a aparecer os primeiros casos humanos em Portugal, referiu Pedro Simas, que dirige a Unidade de Patogénese Viral do Instituto de Medicina Molecular da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa.
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