“Risco da vacina não é zero, mas nunca é”, diz António Sarmento - TVI

“Risco da vacina não é zero, mas nunca é”, diz António Sarmento

António Sarmento foi o primeiro a ser vacinado contra a covid-19 em Portugal e sente-se “com esperança”. Sobre as reações, o médico desvaloriza-as

O médico António Sarmento, que foi o primeiro a ser vacinado contra a covid-19 em Portugal, confessou-se "absolutamente tranquilo", "confiante", "otimista" e "com esperança" nesta vacina.

O diretor do serviço de doenças infecciosas do Hospital de São João, no Porto, garantiu que o processo é "seguríssimo".

O risco não é zero, mas não é zero para nenhuma medicação ou vacina nova que se venha a desenvolver. Todas elas tiveram este processo de estudo e foram depois comercializadas e expandidas a toda a Humanidade. A história recente diz-nos que tudo foi seguríssimo."

António Sarmento destacou o "esforço nunca visto" para a criação desta vacina, tanto económico como científico.

Isto tem de nos fazer pensar que temos de ter confiança. O risco zero não existe, mas a opção contrária era não fazer a vacina e era confiar que não ia apanhar a doença e que, se a apanhasse, nada lhe ia acontecer e a probabilidade de acontecer existe e é real."

O médico assegurou que, ao serem vacinados, todos estão a ajudar a comunidade e a Humanidade, evitando "milhões de mortes" e apelando ao altruísmo de todos.

Sobre as reações à vacina, António Samento destacou que "são absolutamente semelhantes à de outras vacinas víricas" que os portugueses já tomam.

Reações vão surgir sempre, como todos os dias, com todas as vacinas. Empolar isso pode dar intranquilidade às pessoas."

O diretor de serviços de doenças infecciosas, de 65 anos, a trabalhar nesta unidade de saúde há 42, recebeu a vacina das mãos da enfermeira Ana Isabel Ribeiro sob o olhar da ministra da Saúde, Marta Temido, e perante dezenas de `flashes´ e objetivas de televisão e ao som de aplausos.

Enfermeira sublinha a esperança

A enfermeira que administrou esta vacina, Ana Isabel Ribeiro, também será vacinada ainda hoje, às 15:36, e sublinhou a proteção que sente com o início desta campanha.

Foi o ano mais difícil das nossas carreiras e, agora sim, é uma esperança para continuarmos o nosso trabalho contra a covid-19."

Ana Isabel destacou os "meses muito duros" de luta contra a doença e "o alento" que chega agora com a vacina, mesmo que os cuidados se tenham todos de manter como até aqui.

É uma honra estar aqui. Foram meses muito duros, vimos doentes muito mal, doentes que não conseguimos salvar e outros que refizeram as suas vidas com restrições”, acrescentou. 

Hoje, no Hospital de São João a “megaoperação” de vacinação mobiliza cerca de 100 profissionais.

Ao longo de 10 horas, e em 25 pontos de vacinação a trabalhar em simultâneo, serão administradas 2.125 vacinas contra a covid-19 a médicos, enfermeiros, assistentes operacionais e técnicos de diagnóstico e terapêutica de serviços referenciados pela Direção-Geral da Saúde.

À semelhança de outros países da União Europeia, em Portugal a vacina é facultativa, gratuita e universal, sendo assegurada pelo SNS.

Os profissionais dos centros hospitalares universitários do Porto, Coimbra, Lisboa Norte e Lisboa Central serão os primeiros a ser vacinados.

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