Covid-19: aprovação da segunda vacina "está por horas", diz Charles Michel - TVI

Covid-19: aprovação da segunda vacina "está por horas", diz Charles Michel

  • Henrique Magalhães Claudino
  • Atualizada às 19:33
  • 5 jan 2021, 18:05

Primeiro-ministro português pede, por outro lado, que haja uma gestão das expectativas, porque os calendários das entregas das doses da vacina contra a covid-19 "podem sofrer alterações"

Charles Michel garantiu durante a conferência de passagem de testemunho da presidência do Conselho da União Europeia que a aprovação da vacina da Moderna está "por horas".

O presidente do Conselho Europeu sublinhou o desempenho fundamental da UE no processo e vacinação e destacou o processo "transparente" e recorde - nove meses - que culminou na autorização do uso da vacina da Pfizer e da BioNTech.

A validação da segunda vacina está por horas", garante Charles Michel, sublinhando que os Estados-Membros têm de respeitar "a independência da Agência Europeia do Medicamento".

Na mesma linha, Costa pediu que todos tenham a consciência de que o mundo vive um momento único que ditou o início da vacinação de centenas de milhões de pessoas na Europa.

Por outro lado, o primeiro-ministro português pede que haja uma gestão das expectativas porque os calendários das entregas das doses da vacina contra a covid-19 "podem sofrer alterações".

É importante que as pessoas entendam a mais-valia que a Europa constitui. Não temos de andar agora, como andámos há uns meses, a guerrear para ter máscaras e gel. Desta vez, toda a gente teve acesso às vacinas de forma justa em função da sua populaçõ. Foi um trabalho extraordinário que a ciência fez este ano", reflete Costa.

António Costa sublinha que há vontade política e disponibilização efetiva para cumprir os planos de vacinação na Europa."Estamos todos a fazer o nosso melhor para conseguirmos atingir os nossos objetivos".

O governante português explica que "todos queremos ter a certeza que nenhuma vacina é aprovada sem que tenha todas as garantias de segurança". "Desejo que as vacinas rapidamente entrem em avaliação para podermos dispôr de uma maior variedade".

Não haverá uma retoma económica sólida só com o plano de recuperação. Não haverá uma recuperação económica só com o Quadro Plurianual. Precisamos da vacina", destaca Costa.

 

Costa afirma que Europa mais social é vacina contra os populismos

 O primeiro-ministro considerou esta terça-feira que a existência de avanços no pilar social da União Europeia, que é uma das prioridades da presidência portuguesa, é essencial para combater os populismos e responder "aos medos" dos cidadãos.

Esta posição foi assumida por António Costa numa conferência de imprensa conjunta com o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, após uma reunião entre ambos no Centro Cultural de Belém, em Lisboa - encontro que constituiu o primeiro ato formal da presidência portuguesa do Conselho da União Europeia (UE).

Questionado sobre a tradicional oposição de Estados-membros europeus mais liberais (casos da Irlanda ou da Holanda) a um aprofundamento de regras de caráter social na União Europeia, o primeiro-ministro português defendeu a importância da cimeira social prevista para 07 de maio no Porto, onde se procurará um compromisso comum em torno do pilar social.

No dia seguinte, no dia 8 de maio, também no Porto, haverá um Conselho informal, onde será trabalhada uma declaração que reafirme o compromisso de todos os Estados-membros no sentido de desenvolver este pilar social - um pilar que não vale por si só, mas que deve ser encarado como uma base sólida para dar confiança a todos os cidadãos", reagiu António Costa.

De acordo com o primeiro-ministro, a União Europeia enfrenta os desafios das transições climática e digital "e ninguém deve ficar para trás".

O medo é aquilo que mais alimenta o populismo. Se queremos combater o populismo de forma eficaz, temos de dar confiança aos cidadãos - confiança perante aquilo que são os receios", sustentou.

No presente, António Costa apontou a doença da covid-19 como o principal receio manifestado pelos cidadãos, razão pela qual o processo de vacinação em curso na União Europeia "é fundamental".

Mas há também outros receios. As pessoas têm receio que com a digitalização o seu posto de trabalho seja ocupado por um robô, e têm medo de que com a transição climática haja impacto em indústrias tradicionais como a do automóvel. Temos também de nos vacinar contra esses medos", argumentou.

Para António Costa, uma das vacinas contra o medo passa pela existência "de um pilar social forte" na União Europeia, que dê prioridade "às qualificações e às requalificações dos cidadãos".

Temos de investir na inovação para que haja maior competitividade, mas também tem de haver proteção alargada para que ninguém fique para trás e todos participem na sociedade do futuro, que se pretende mais sustentável do ponto de vista ambiental e mais digital", acrescentou.

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