Apito: Valentim prevê «vitória por 15-0»

Valentim Loureiro afirmou esta terça-feira que vai terminar todos os processos resultantes da operação Apito Dourado com uma vitória por 15-0, querendo com isto dizer que vai ser ilibado em todos os casos em que foi indiciado ou acusado, noticia a Lusa.

«Vai ser 15-0!», disse o autarca à entrada para o Tribunal de Instrução Criminal (TIC) do Porto, onde participou no debate instrutório do processo Apito Dourado relativo ao jogo Boavista FC-Estrela da Amadora, em que é co-arguido.

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Questionado sobre se a alegada vitória não seria de menor expressão, uma vez que já está a ser julgado em Gondomar por alegado envolvimento num esquema para favorecer o clube local, Valentim Loureiro, respondeu: «Isso não vale nada. Não me provoquem».

«Naturalmente que isto me faz perder tempo, mas vai contribuir para uma justiça mais séria. Quando acabar aqui vai começar noutro lado. Eu não vou ficar parado», disse, sem concretizar o que vai efectivamente fazer.

Questionado se iria processar o Estado, não esclareceu se o faria, mas aproveitou para chamar «amadores» aos jornalistas que o interrogavam porque «não sabiam» que já tinha avançado com um pedido de indemnização.

Também questionado à entrada para o TIC do Porto, o advogado do autarca de Gondomar, Amílcar Fernandes, disse que a acusação é «um equívoco» e manifestou a convicção de que o seu cliente não será levado a julgamento.

«Sem necessidade de recorrer a argumentos formais, com a questão das escutas ou a da inconstitucionalidade do diploma que à data punia a corrupção desportiva, embora esses argumentos sejam invocados, há factos que denotam que a acusação é um equívoco», disse o advogado. «A minha convicção é a de que efectivamente [Valentim Loureiro] não será pronunciado», acrescentou.

O debate instrutório do processo Apito Dourado relativo ao jogo Boavista FC-Estrela da Amadora, que chegou a estar marcado para o passado dia 06, prosseguia ainda a meio da tarde. Segue-se, numa data posterior, a decisão instrutória, ou seja, a decisão sobre quais dos acusados vão a julgamento.

Em causa está o jogo Boavista-Estrela da Amadora, a contar para a 3ª jornada da época 2003/2004 da principal liga portuguesa de futebol, que se realizou a 03 de Abril de 2004, com derrota dos axadrezados por um golo de diferença.

Apesar da derrota, a investigação avançou porque a Polícia Judiciária teria escutado conversas telefónicas alegadamente comprometedoras de Valentim Loureiro, que ao tempo era presidente da Liga de Clubes, com Júlio Mouco, na altura com responsabilidades na arbitragem, e com Jacinto Paixão.