Traficava armas «por paixão» - TVI

Traficava armas «por paixão»

Arma (arquivo)

23 arguidos estão a ser julgados no tribunal de Valongo

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Um dos 23 arguidos num processo por tráfico de armas - o primeiro grande julgamento no novo tribunal de Valongo ¿ confirmou esta quarta-feira que intermediava negócios desse tipo, garantindo que o fazia «por paixão» e não para ganhar dinheiro, escreve a Lusa.

Américo Sousa disse que sobrevivia do emprego como segurança: «A prova é que ando de motorizada e vivo numa casa alugada».

O arguido admitiu que desde que cumpriu o serviço militar, há mais de 40 anos, se interessou por armas. Conforme explicou, comprava armas de alarme, sobretudo a um dos co-arguidos do processo, e pedia a um terceiro que as transformasse para as vender em seguida.

Também fornecia munições mas, em ambos os casos, só a pessoas «de confiança» ou das suas relações pessoais, afiançou.

Américo Sousa declarou que sabia ser ilegal o que fazia, mas admitiu que fosse esse um ilícito punível em sede contra-ordenacional e não com prisão.

«Depois de ter este problema, as armas para mim morreram», acrescentou.

Já outro arguido também suspeito de intermediar este negócio de armas, Paulo Pinheiro, refutou a acusação do Ministério Público, garantindo: «tudo o que comprava [referia-se a armas] era para mim».

Entre as armas que confirmou ter adquirido conta-se uma carabina de 1813.

Os factos em julgamento reportam-se a 2007 e 2008, na sequência de uma investigação da GNR de Santo Tirso, apoiada em escutas telefónicas.

A operação culminou em Julho de 2008 com a detenção dos arguidos e a realização de 101 buscas em Santo Tirso, Valongo, Marco de Canavezes, Armamar, Porto, Famalicão, e Oliveira de Frades.

Um dos arguidos deste processo é um polícia municipal de Famalicão e uma das armas apreendidas tinha sido furtada a um agente da PSP.

Este julgamento ocorre pouco depois de outro tribunal do Grande Porto ¿ o de São João Novo ¿ ter condenado Rodolfo Teixeira, armeiro do porto, a cinco anos e nove meses de prisão efectiva também por envolvimento no tráfico de armas.

Também na região do Porto, o Ministério Público de Gaia concluiu uma acusação contra 42 pessoas, incluindo um polícia, que entre 2009 e 2010 terão transaccionado mais de 100 armas, que terão ido parar às mãos de assaltantes e pessoas ligadas a cobranças coercivas.
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