"Confirmo que o meu irmão já está em casa, que está bem” - TVI

"Confirmo que o meu irmão já está em casa, que está bem”

  • 7 out 2017, 10:00
Eleições para a Assembleia Constituinte na Venezuela

Vasco da Costa, politólogo e preso político luso-venezuelano, foi libertado esta sexta-feira

As autoridades venezuelanas libertaram, na sexta-feira, os presos políticos Efraín Ortega, José Santamaria e o politólogo luso-venezuelano Vasco da Costa, que estava detido desde 2014, confirmou fonte da família.

"Confirmo que o meu irmão já está em casa, que está bem”, disse à agência Lusa a irmã, Ana Maria da Costa.

De momento não há informação sobre o conteúdo da instrução judicial de libertação do luso-descendente.

Filho de um antigo cônsul de Portugal em Caracas, Vasco da Costa, 58 anos, foi detido a 24 de julho de 2014, acusado de estar relacionado com uma farmacêutica que alegadamente estaria envolvida em planos para fabricar engenhos explosivos artesanais, durante os violentos protestos que ocorreram no primeiro semestre de 2014 contra o Governo do Presidente Nicolás Maduro.

Foi detido pelo Corpo de Investigações Científicas, Penais e Criminalísticas (CICPC, antiga Polícia Técnica Judiciária), quando bebia um café na padaria ao lado da sua casa, em Caracas.

Segundo a irmã, Vasco da Costa foi acusado dos crimes de terrorismo, associação para cometer delito com fins de terrorismo, fabrico ilegal de explosivos para fins terroristas e de ocultação de munições.

Durante o tempo que esteve preso, a irmã sempre insistiu tratar-se de "uma injustiça", referindo que "noutros casos há ações violentas (…) mas neste caso não há absolutamente nada, nem terroristas, nem bombas, nem podia haver associação para cometer delito”.

Em dezembro de 2015, o lusodescendente foi ferido com balas de borracha num motim ocorrido no Centro de Reclusão para Processados Judiciais 26 de Julho, onde então se encontrava, durante o qual pelo menos três pessoas morreram e 43 ficaram feridas.

Segundo a irmã, Vasco da Costa esteve preso numa cela, sem janelas, com outras três pessoas, e em dezembro de 2016 foi agredido por guardas prisionais e outros presos por se ter negado a efetuar uma "saudação revolucionária" numa cadeia da Venezuela.

Em janeiro de 2017, a irmão denunciou que o estado de saúde de Vasco da Costa se tinha degradado, nomeadamente devido à diabetes e emagreceu 40 quilos.

Vasco da Costa participou como candidato nas eleições parlamentares de 06 de dezembro último, mas não obteve votos suficientes para ser eleito deputado.

A sua candidatura teve o apoio do partido Nova Ordem Social (NOS), liderado pela luso-descendente Venezuela Portuguesa da Silva.

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