Alegada burla de associação de Viana investigada pela polícia - TVI

Alegada burla de associação de Viana investigada pela polícia

PJ

Diligências foram efetuadas após auditoria realizada em 2008 pela Segurança Social às contas da Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental

A Polícia Judiciária de Braga está a investigar uma alegada burla tributária de 1,8 milhões euros da APPACDM de Viana do Castelo entre os anos 2004 e 2007, confirmou esta segunda-feira à Lusa o presidente daquela instituição.

Segundo o presidente da Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (APPACDM) de Viana do Castelo, Luís Costa, as diligências efetuadas na semana passada pela Policia Judiciária (PJ) resultam de uma auditoria realizada, em 2008, pela Segurança Social às contas da instituição.

A auditoria, de acordo com aquele responsável, detetou a existência de «duplicação de nomes nas listas dos centros ocupacionais» da instituição.

«Está a ser apurada a composição das listas dos clientes afetos às várias respostas sociais que a instituição tem e que eram, como ainda são hoje, financiadas pela Segurança Social.»


Luís Costa adiantou que a PJ intimou agora, para «esclarecimentos adicionais», os sete elementos da direção de então, liderada por Manuel Domingos.

Em causa, segundo disse à Lusa fonte judicial, está uma queixa crime formalizada pelo Centro Distrital de Segurança Social de Viana do Castelo, em 2012, contra a APPACDM «por recebimento indevido de comparticipações da Segurança Social, no montante de mais de 1,864 milhões de euros».

Contactado esta segunda-feira pela agência Lusa, o ex-presidente da instituição Manuel Domingos, explicou que, em «finais de 2012, início de 2013», ainda no exercício de funções, e por discordar das conclusões daquela auditoria, intentou uma providência cautelar junto do Tribunal Administrativo e Fiscal de Braga (TAFB), que deu provimento àquela ação, com efeitos suspensivos.

Manuel Domingos, que liderou a instituição cerca de 36 anos, adiantou que as diligências agora desenvolvidas pela PJ «vão no sentido de, entre todos os elementos dos órgãos sociais da altura, tentar ver se haverá algo mais do que consta no relatório inicial».

«Vamos aguardar o desenvolvimento normal e natural deste tipo de situações», afirmou. 

Com 43 anos de existência a APPACDM de Viana do Castelo tem estruturas espalhadas por todo o Alto Minho e dá apoio a cerca de 750 utentes.

Segundo disse à Lusa o coordenador da União de Sindicatos de Viana do Castelo (USVC), Branco Viana, a instituição emprega atualmente cerca de 400 trabalhadores, sendo uma das dez maiores empregadoras do distrito.
Continue a ler esta notícia