"Violador do Facebook" recusa ter feito ameaças por telemóvel: "Não fui eu" - TVI

"Violador do Facebook" recusa ter feito ameaças por telemóvel: "Não fui eu"

  • 19 set 2018, 20:47
Facebook

Condenado por abuso sexual da filha menor, preso volta a ser julgado sob acusação de ter enviado ameaças a duas pessoas. Adiantou que "desde 2016 tem telemóveis, comprados a funcionários públicos"

O homem acusado de ameaçar, por mensagens enviadas a partir da prisão, o marido e a vizinha de uma mulher que terá seduzido através de uma rede social negou esta quarta-feira em tribunal a autoria do crime.

Não fui eu", afirmou o arguido, a cumprir uma pena de 15 anos de prisão, perante o coletivo de juízes do tribunal de Viana do Castelo, no início de um julgamento por dois crimes de ameaça agravada, dois de ameaça simples e um de coação agravado.

Os crimes foram praticados sobre o marido e uma vizinha da mulher que alegadamente seduziu, no início de 2017, a partir da prisão, através das redes sociais, e com quem agora vai casar.

Quem elaborou isto não sei, mas alguém me meteu nisto (…) Não tem lógica. Não tinha qualquer motivo para mandar mensagens a pessoas que nunca me fizeram mal", disse o homem de 52 anos, detido desde 2010 no estabelecimento prisional da Carregueira, em Lisboa, condenado pelo tribunal de Sintra por abuso sexual da filha menor.

Telemóveis comprados

O arguido, que ficou conhecido como ‘violador do Facebook’ que falou durante mais de uma hora, explicou que o relacionamento teve início em dezembro de 2016, através do Facebook, e que a mulher, que residia em Vila Fria, freguesia de Viana, foi viver para Lisboa para com ele “fazer uma vida decente”.

Não me dou bem com a solidão, quero ter uma relação séria", disse adiantando que "desde 2016 tem telemóveis, comprados a funcionários públicos", que se escusou a identificar.

O agora ex-marido, assistente no processo, disse "ter recebido mensagens com ameaças entre fevereiro e novembro do ano passado".

Após o testemunho do arguido, o procurador do Ministério Público (MP) referiu que as informações prestadas pelo próprio "sobre os contactos que mantinha com pessoas que se encontravam em liberdade" transmitem a ideia de que "vive como se estivesse em liberdade”.

A próxima sessão de julgamento está marcada para a manhã do dia 03 de outubro.

De acordo com a acusação do Ministério Público (MP), deduzida em março, "o arguido apresenta um diagnóstico de perturbação da personalidade, de tipo antissocial, com dificuldade em cumprir regras e respeitar os outros, agindo com impulsividade e agressividade, sem pensar nas consequências, com risco moderado de violência".

Em outubro de 2010, uma nota da Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa (PGDL) indicava que o arguido já tinha sido condenado a pena suspensa por maus tratos e que os crimes sexuais contra a filha ocorreram em 2006.

O homem estava detido preventivamente desde abril daquele ano, suspeito de, através do uso de redes sociais, ter violado duas mulheres e de estar envolvido em tráfico de armas.

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