Centenas «marcharam» pelas ruas Braga - TVI

Centenas «marcharam» pelas ruas Braga

Funcionários do hospital de Braga rejeitam os contratos individuais de trabalho

Centenas de funcionários do Hospital de Braga realizaram este sábado uma marcha pelas ruas da cidade, reafirmando que não querem celebrar contratos individuais de trabalho com a nova administração, escreve a Lusa.

«Queremos continuar a trabalhar nas novas instalações exactamente como estávamos aqui no Hospital de S. Marcos», explicou à agência Lusa Patrício Araújo, representante dos trabalhadores.

Falando junto ao Governo Civil de Braga, onde terminou a marcha, garantiu que os cerca de 1200 funcionários do hospital, com vínculo público não estão «a reclamar mais dinheiro ou mais regalias».

«Estamos aqui a lutar pelos nossos postos de trabalho», frisou o manifestante que pertence ao Sindicato das Ciências e da Tecnologias da Saúde.

Os funcionários iniciaram a marcha junto ao hospital, transportando faixas com frases a contestar as exigências da administração.

«S. Marcos unido jamais será vencido», «contrato só há um o primeiro e mais nenhum», «doente não rima com matéria-prima» foram algumas frases que os funcionários gritaram nas ruas da cidade.

«Fiquei satisfeito com a adesão dos funcionários. Mas, o que mais me tocou foi a adesão de muitos populares, de gente anónima que esteve connosco hoje, que sente que a luta não é só a nossa», afirmou Patrício Araújo.

O Hospital de Braga tem, desde Setembro de 2009, uma nova administração, no âmbito do contrato de parceria público-privada entre o consórcio Escala Braga e os ministérios da Saúde e Finanças

O sindicalista reafirmou à Lusa que todos os funcionários estão a ser pressionados pela nova administração para assinarem um contrato individual de trabalho, mas todos os funcionários, vincou, «têm resistido às pressões».

«Queremos o mesmo contrato de trabalho, exercer as mesmas funções e trabalhar para o mesmo serviço público», reafirmou.

Patrício Araújo insistiu que os funcionários de todos os sectores do hospital têm razões para preocupação, inclusive com a possibilidade de poderem ver a suas remunerações reduzidas.

«O contrato de trabalho não prevê que as pessoas com dedicação exclusiva ao hospital aufiram o vencimento que têm neste momento», avançou.

À agência Lusa, garantiu também que, com os novos contratos, «bastaria um pré-aviso de 30 dias para o contrato individual de trabalho ser rescindido sem necessidade de justa causa».

Falando sobre as alegadas pressões da administração, disse haver uma declaração, «que foi feita por parte da comissão executiva, que está num documento escrito».

«Diz [o documento] taxativamente que, após a transferência para o novo hospital, só poderemos permanecer em funções ao abrigo de um vínculo privado», disse à Lusa.

Junto ao Governo Civil de Braga estavam deputados do PS, PSD e PCP, que ouviram as queixas dos manifestantes.
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