Explosão em multibanco anunciada cinco dias antes - TVI

Explosão em multibanco anunciada cinco dias antes

Cândida Almeida pediu explicações a Pinto Monteiro

A procuradora Cândida Almeida pediu ao procurador-geral da República para investigar uma dúvida: por que é que ninguém tentou evitar uma explosão numa caixa multibanco que, ao contrário do habitual, foi anunciada às autoridades cinco dias antes.

A lei prevê que os assaltos com explosão sejam investigados pelo Departamento Central de Investigação e Acão Penal e pela Unidade Nacional da Polícia Judiciária contra o terrorismo.

Foi isso que sucedeu em cinquenta casos de ataques a caixas multibanco com botijas de gás. A exceção aconteceu com uma explosão numa dependência do Barclays ocorrida a nove de novembro no Pinhal Novo.

A PJ esteve no terreno mas a procuradora Cândida Vilar, do DIAP de Lisboa, chamou a si o inquérito e entregou a investigação ao grupo de operações especiais da GNR.

Cândida Almeida, coordenadora do Departamento Central, comunicou ao procurador-geral da República que esse inquérito paralelo viola a lei.

«Este processo é eventualmente indiciador da prática de ilícitos criminais».

A responsável do DCIAP, em ofícios a que a TVI teve acesso, sugere mesmo a Pinto Monteiro a instauração de um inquérito-crime, como vista a «averiguar a legalidade da atuação da GNR, porquanto não me cabe pronunciar sobre a atuação de colegas noutros departamentos».

O inquérito do DIAP de Lisboa teve origem num auto de notícia da GNR que relatava uma chamada anónima a avisar, cinco dias antes, a data e o local da explosão. A coordenadora do DCIAP não compreende que não tinha sido feito nada para a evitar, ponde em risco bens materiais e eventualmente qualquer pessoa que se tivesse aproximado do local.

«Há que apurar das responsabilidades pela não atuação preventiva no assalto». Cândida Almeida, contudo, admite outro cenário. A falsificação de uma denúncia anónima para desviar um inquérito. «Ou então há um documento autêntico falsificado».

Pinto Monteiro, contactado pela TVI, esclareceu não ter aberto qualquer inquérito para apurar os factos.

Maria José Morgado, coordenadora do DIAP de Lisboa, recusou prestar esclarecimentos à TVI. A GNR também, alegando segredo de justiça.
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