Face Oculta: acórdão foi «corajoso» - TVI

Face Oculta: acórdão foi «corajoso»

Inspetor da PJ que coordenou investigação diz que o segredo do sucesso deste caso foi o sigilo por parte de toda a equipa

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A condenação de todos os arguidos é o reconhecimento de que o inquérito foi bem conduzido. Quem o diz é o inspetor da PJ que coordenou a investigação do processo Face Oculta.

Teófilo Santiago considera que o acórdão foi corajoso ao condenar todos os arguidos e apelida de cobardes as acusações de que foi alvo e que falam de perseguição política, numa clara alusão a Armando Vara.

«O acórdão é o reconhecimento da qualidade do trabalho desenvolvido pela equipa da Polícia Judiciária de Aveiro em boa articulação com o Ministério Público e que de uma investigação profunda e competente (...) e com uma acusação sustentada, um tribunal corajoso deu este resultado», afirma Teófilo Santiago.

De acordo com o investigador da PJ, o segredo da investigação é, aparentemente, simples: «coesão, discrição e compromisso».

Durante a investigação, o sigilo «foi absoluto, como deve ser no âmbito das investigações» porque muitas vezes «a quebra do sigilo leva ao falhanço das investigações».

«O sigilo é possível com equipas responsáveis, coesas e comprometidas com a verdade», refere.

Ao longo dos últimos anos, o investigador ouviu por várias vezes que o inquérito teria motivações políticas. Ninguém veio a público defendê-lo.

«Quando alguém, de forma mais ou menos cobarde, faz insinuações torpes relativamente a objetivos impróprios numa investigação, é a pior coisa que se pode atribuir a um investigador, a uma equipa de investigação. Foi para a minha equipa, foi para a PJ, foi para os magistrados, foi para toda a gente. Não é bonito. Isto não se faz. Há limites para tudo», afirmou o único inspetor com crachá de ouro da PJ, já à espera da reforma.

Investigação foi bem feita

Para a Procuradora Geral Da República, o facto de todos os 36 arguidos do processo Face Oculta terem sido condenados significa que a investigação foi bem-feita.

Cinco anos após o arranque das investigações, Armando Vara e José Penedos foram condenados a cinco anos de prisão efetiva.

A pena mais pesada ficou reservada para o empresário das sucatas, o homem a quem a acusação chamou de arquiteto da rede criminosa: Manuel Godinho apanhou 17 anos e meio de cadeia
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