Face Oculta: Godinho e o power-point da acusação - TVI

Face Oculta: Godinho e o power-point da acusação

Advogado do sucateiro considera que apresentação de fotos de alegadas «prendas» foi um «exercício interessante»

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O advogado de Manuel Godinho, um dos arguidos no processo Face Oculta, que hoje começou a ser julgado em Aveiro, considerou «um exercício interessante» o «power-point» mostrado pelo Ministério Público, com fotos de alegadas «prendas», noticia a Lusa.

A apresentação continha fotografias que para a acusação documentam o momento em que Manuel Godinho entregou a dois outros arguidos, Paiva Nunes e Paulo Costa, «prendas» para que os seus negócios fossem facilitados.

Artur Marques, advogado de Manuel Godinho, reconheceu ao final do dia em declarações aos jornalistas que «nunca tinha visto essas fotografias», sublinhando que «há sempre uma primeira vez para tudo» e classificando o «power-point» como «um exercício interessante».

Em relação aos requerimentos que apresentou para ser revogada a medida de coação de Manuel Godinho se ausentar da sua área de residência e ter de se apresentar diariamente às autoridades policiais, Artur Marques considerou que o objectivo era conciliar tais medidas com a deslocação do seu constituinte ao Tribunal, o que foi conseguido.

O colectivo de juízes indeferiu o primeiro requerimento «por não haver alterações nos pressupostos» das medidas de coação, mas esclareceu que a presença de Manuel Godinho na sala de audiências o dispensava das apresentações a que estava sujeito.

O primeiro dia do julgamento foi ocupado com a identificação dos 36 arguidos e marcado por vários requerimentos apresentados pelos advogados.

Um deles foi o de Carlos Pinto de Abreu, advogado de António Paulo Costa, pedindo para ter acesso às escutas telefónicas das conversas do seu cliente com Manuel Godinho.

À saída da sala de audiências, confrontado com a possibilidade de tais escutas terem sido destruídas, considerou que, a verificar-se, «é acto grave e irremediável».

«Para a defesa do meu constituinte é essencial ter acesso às escutas que lhe fizeram. As escutas feitas num determinado processo, no meu entendimento, não podem nem devem ser destruídas, porque afectam vários sujeitos processuais. A destruição de escutas é acto grave e irremediável e esperamos que, se sucedeu, tenha as necessárias consequências, se não sucedeu, que tenhamos acesso a elas», disse aos jornalistas.

O julgamento do processo «Face Oculta» prossegue quarta-feira no Tribunal em Aveiro, com a audição dos arguidos que se dispuseram a falar perante o colectivo.
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