Faltam macas nas urgências do Hospital de Aveiro - TVI

Faltam macas nas urgências do Hospital de Aveiro

Bombeiros viram-se obrigados a esperar pela devolução das macas, esta segunda-feira, num dia que a administração do hospital classifica de «pico» de afluxo às urgências

O serviço de Urgências do Hospital de Aveiro registou, na segunda-feira, um número anormal de utentes, o que obrigou a que muitos permanecessem o tempo de espera em macas dos bombeiros, provocando o desagrado das corporações. Foram cerca de 500 os utentes que recorreram àquele serviço, num «pico» atribuído ao frio.

Devido à retenção das macas, as ambulâncias de algumas corporações ficaram retidas durante algumas horas junto ao hospital, ou tiveram de regressar sem as macas aos respectivos quartéis, sem poderem fazer novos transportes de acamados, segundo a edição desta terça-feira do «Jornal de Notícias».

Luís Coelho, administrador do hospital reconheceu, em declarações à Lusa, a ocorrência de dificuldades, mas salientou que todos os utentes foram atendidos, apesar das limitações. «Para uma média diária próxima dos 400 doentes, ontem às 19:00 já tinham entrado 480 doentes. Por muito que esteja reforçada a estrutura do hospital, é natural que se verifiquem algumas dificuldades», disse Luís Coelho.

Já Vítor Silva, presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Aveiro (Bombeiros Velhos), disse à Lusa que «o problema [da retenção de macas] já se arrasta há bastante tempo» e sublinhou que as corporações de bombeiros também têm as suas próprias limitações. «O problema já vem desde há algum tempo, umas vezes é mais sentido e outras menos. As nossas ambulâncias ficam lá (no hospital) o tempo que calha e temos de pedir que nos dêem as nossas macas para poderem regressar», disse.

Perante estas queixas, Luís Coelho considerou que dimensionar a urgência para situações de pico é gerir mal os dinheiros públicos. «Temos a melhor cooperação com os bombeiros. A única coisa que não podemos fazer, sob pena de mal gerir os dinheiros públicos, é ter uma estrutura toda ela dotada para situações de pico. Não faz sentido ter 80 macas quando a sua necessidade se faz sentir apenas três vezes por ano», disse à Lusa Luís Coelho.

O administrador hospitalar explicou que «o hospital tem um serviço de urgência num espaço físico que está habilitado a receber um número limitado de doentes por dia» e o número de macas de que o hospital dispunha era equilibrado para um fluxo normal de urgência. Face às reações das corporações de bombeiros nos últimos meses, o hospital «reforçou o seu parque de macas, muito acima do que são as necessidades médias diárias», observou.
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