Fontinha: «Hoje foi o 24 de Abril» - TVI

Fontinha: «Hoje foi o 24 de Abril»

Declaração de um dos elementos do movimento da escola da Fontinha

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A câmara do Porto decidiu o movimento que ocupava a escola primária do Alto da Fontinha, que estava transformada num espaço social de usufruto da população há cerca de um ano.

Em declaração à TVI Ana Afonso, do movimento ES.COL.A, considera que a ação das autoridades foi despropositada. «Passou-se como no dia 24 de Abril, que é o dia que é hoje. Voltamos atrás 38 anos, fomos tratados como terroristas, com cães, força da intervenção, homens encapuzados, e detiveram as pessoas brutalmente lá dentro e cá fora», frisou.

«Que tenham vergonha, porque estão a despejar um projeto pacífico de intervenção social, de intervenção comunitária, que envolve as crianças, os jovens, os adultos e os idosos do bairro», disse, esclarecendo que o que era feito na escola não passava de apoio educativo, mas também havia música, yoga e muitas outras coisas.

Sobre os argumentos da câmara, que diz ter entregue uma proposta de contrato, entretanto rejeitada pelo movimento, Ana Afonso esclarece: «Nós fizemos a associação que eles nos exigiram no ano passado, que não vai de acordo com os princípios da autogestão e não hierarquia que nós temos, mas forçamo-nos a fazer para podermos ter um contrato, mas esse contrato não nos foi enviado dentro do prazo estipulado. Depois ignorou todo o funcionamento da escola e enviou uma carta de despejo a um indivíduo, a dizer a uma pessoa para entregar as chaves e a escola e os bens até 31 de março. Depois soubemos pela comunicação social que o despejo estava suspenso, chamaram-nos lá e disseram que tínhamos um contrato para assinar. Era um contrato não renovável e válido até 31 de junho, que parece um protocolo de beneficência para com a câmara, com renda. Não é um contrato para este projeto. Não precisamos de uma esmola de dois meses para depois poderem dizer que tinha terminado o contrato e tínhamos de sair».

«Uma ideia destas não se despeja, mas as decisões só serão tomadas em assembleia por todos», concluiu.
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