Guineenses marcham pela paz em Lisboa - TVI

Guineenses marcham pela paz em Lisboa

Centenas de pessoas protestaram contra a situação política no país entre o Rossio e a sede da CPLP

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Manifestantes guineenses foram recebidos este sábado à tarde na sede da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) em Lisboa pelo secretário-geral da organização e pelo ministro dos Negócios Estrangeiros da Guiné-Bissau.

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«Estamos aqui pelo respeito pela Constituição da República da Guiné e pela memória dos nossos heróis nacionais. Esta é uma expressão de desafio à nossa classe política e militar para serem responsáveis», disse Amir Pampa, porta-voz dos participantes na manifestação pela paz na Guiné-Bissau, onde ocorreu um golpe de Estado a 12 de abril, citado pela Lusa.

A iniciativa, promovida pela comunidade guineense em Portugal e que reúne centenas de pessoas, teve início no Rossio, obrigando ao corte do trânsito em algumas vias da Baixa da capital.

Pouco depois das 17:00, representantes dos participantes estavam reunidos com o secretário-geral da CPLP, Domingos Simões Pereira, e com o ministro dos Negócios Estrangeiros da Guiné-Bissau, Mamadu Djalí Pires.

«Condenamos o golpe de Estado, que é um ato de violência. Não nos adianta de nada estabelecer mecanismos de solucionar litígios e depois recorrer-mos à violência», disse ainda o porta-voz dos manifestantes que, em nome da diáspora, exigiu «a libertação de todos os presos envolvidos neste processo e demonstrar solidariedade ao povo».

«A intenção de vir cá demonstra que estamos preocupados e queremos contribuir para a solução. Esta é uma marcha pela diáspora guineense na diáspora em Portugal, na Europa, em África e noutras partes. Falamos em nome da comunidade guineense em Portugal. Da nossa parte estamos disponíveis para ajudar», acrescentou.

No encontro, Domingos Simões Pereira explicou os passos diplomáticos que foram tomados pela Comunidade dos Países de Língua Portuguesa desde o dia 12 abril, data do golpe militar.

O responsável afirmou que «a CPLP não teve um minuto de hesitação» e referiu-se ao ministro dos Negócios Estrangeiros da Guiné-Bissau como porta-voz do Governo legítimo no exterior.

«É nestes momentos que temos de saber de dar um bom exemplo. Nós, se achamos, como achamos, que é preciso fazer algo, temos de usar os instrumentos da diplomacia internacional» para resolver o problema, referiu.

«Provavelmente vamos voltar a estar em breve juntos com as estruturas da União Africana e da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental e até ao dia 30 vamos ter resultados destas diligências diplomáticas», acrescentou.

No entender do responsável, a única entidade que tem autoridade para falar pela Guiné-Bissau é o povo guineense.

Por isso, a carta hoje entregue na CPLP pelos manifestantes, em repúdio contra o golpe militar, vai ser enviada a todos os membros da Comunidade, adiantou.
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