Mais jovens e mulheres a procurar os AA - TVI

Mais jovens e mulheres a procurar os AA

Comunidade para partilhar experiências e entreajuda apenas com um objetivo: parar de beber

Cada vez mais jovens, mulheres e famílias procuram apoio nos Alcoólicos Anónimos (AA), uma comunidade para partilhar experiências e entreajuda apenas com um objetivo: parar de beber.

Atualmente, as mulheres correspondem a cerca de 35 por cento dos membros, enquanto cerca de cinco por cento são jovens com menos de 21 anos, segundo dados dos Alcoólicos Anónimos, que conta com mais de dois milhões de alcoólicos em recuperação em mais de 150 países.

O Governo fez saber, entretanto, está a preparar medidas mais restritivas relativamente ao consumo de álcool nas camadas mais jovens. O secretário de Estado-adjunto e da Saúde revelou em entrevista à «Antena 1», este sábado, que o Ministério da Saúde vai rever a taxa de alcoolemia permitida a recém-encartados e vai proibir a venda de bebidas alcoólicas a menores de 18 anos.

«Tem-se notado uma afluência maior e uma maior procura por parte de jovens adultos, mulheres e famílias que procuram ajuda para resolver o problema de um familiar», disse à Lusa António, dos AA, a propósito do Dia Nacional dos Alcoólicos Anónimos, assinalado a 19 de março.

O facto de o álcool ser uma droga legal e fácil de adquirir proporciona que as pessoas bebam e, quando procuram ajuda, já é numa idade avançada, disse António, considerando que «a sociedade não está sensibilizada para o problema do álcool», apesar de o alcoolismo ser reconhecido como uma doença pela Organização Mundial da Saúde há mais de 20 anos.

«Nós sabemos que ainda há muita dificuldade em perceberam que o alcoolismo é uma doença, o que torna tudo mais difícil», comentou, salientando o papel dos Alcoólicos Anónimos para ajudar estas pessoas.

«Tem sido um processo lento, mas pouco a pouco vamos sendo reconhecidos», adiantou, comentando que o estigma que havia em relação a estes grupos foi-se modificando com a divulgação do trabalho e através das reuniões abertas à comunidade que realizam.

António lembrou que o objetivo primordial dos AA é o de ajudar a pessoa que tem o problema. «Isto não funciona para quem precisa, mas para quem quer. Os nossos grupos só têm o propósito de ajudar quem tem o problema».

O único requisito para ser membro dos AA é o desejo de parar de beber: «Não é necessário pagar taxas de admissão nem quotas», referem os AA, salientando que não estão ligados a nenhuma seita, religião, instituição política ou organização, não se envolvem em qualquer controvérsia, não subscrevem nem combatem quaisquer causas.

«O nosso propósito primordial é mantermo-nos sóbrios e ajudar outros alcoólicos a alcançar a sobriedade», acrescentam.

Os Alcoólicos Anónimos existem em Portugal informalmente desde 1972, mas só foram reconhecidos a partir de 1978, constituindo-se como associação em 1997.
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