Megafraude no SNS: veja como funcionava - TVI

Megafraude no SNS: veja como funcionava

Detidos vão ser presentes a tribunal esta tarde

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São ouvidos, esta tarde, os dez suspeitos de uma megafraude no Serviço Nacional de Saúde.

Os arguidos, incluindo médicos, delegados de informação médica e farmacêuticos, terão lesado o estado entre dez a cinquenta milhões de euros.

O esquema envolvia receitas falsas de exportação ilegal.

Entre os detidos desta megaburla que terá lesado o Estado português em cerca de 50 milhões de euros estão um médico e uma médica do Centro de Saúde de Cabeceiras de Basto, dois farmacêuticos, cinco delegados de informação médica, dois armazenistas de medicamentos e um outro homem suspeito de ser o elo de ligação entre todos eles.

O esquema agora desmantelado na operação «Remédio Santo» começaria com os médicos suspeitos a receitar medicamentos caros e com grande comparticipação a doentes que não precisavam do medicamento, não sabiam de nada, nem tiveram consultas. Em alguns casos já teriam falecido.

Com as receitas falsificadas mas com a vinheta dos médicos suspeitos, funcionários dos laboratórios e das farmácias, aviavam em série centenas de receitas falsas sacando a comparticipação do Estado.

Os medicamentos voltavam para os armazenistas e mais tarde regressavam às farmácias para mais uma vez ser obtida a comparticipação ou serem exportados ilegalmente. Para além de conseguirem sacar milhões de euros em comparticipações, segundo o Ministério da Saúde esta prática fez com que pelo menos um fármaco para o Alzheimer esgotasse o que obrigou muitos doentes a interromper os tratamentos.

A Unidade Nacional de Combate à Corrupção da PJ apreendeu indícios que ajudam a reconstituir a fraude, mas também carros topo de gama, o médico detido era conhecido por se passear num porsche panamera e foi preso em Árvore, Vila do Conde, onde tem uma casa de férias.

A operação «Remédio Santo» da PJ fez ainda buscas e detenções em Cabeceiras de Basto, Castelo Branco, Maia e Pombal . Os detidos são suspeitos de crimes de burla qualificada, falsificação de documentos, e corrupção

Os detidos vão ser interrogados pelo juiz Carlos Alexandre, que esteve presente nas buscas. As medidas de coação poderão ir até à prisão preventiva.
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