Militares afastam pedido de demissão de ministro - TVI

Militares afastam pedido de demissão de ministro

Oficiais das Forças Armadas enviaram uma carta aberta ao ministro, acto que o Governante considera de «instrumentalização política»

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Os oficiais das Forças Armadas afastaram, esta quarta-feira, a possibilidade de pedir a demissão do ministro da Defesa, na sequência de uma carta aberta enviada ao governante na qual criticam as políticas e declarações de José Aguiar-Branco.

Em declarações à Lusa, o presidente da Associação de Oficiais das Forças Armadas (AOFA), Manuel Cracel, sublinhou que «o que está em causa é o resultado das políticas e das posturas que têm vindo a ser sucessivamente assumidas pelo ministro da Defesa nacional». «Evidentemente que o senhor ministro da Defesa encarar a realidade das Forças Armadas e dos militares que a integram de outra forma isso é que é fundamental, não é propriamente a pessoa», sublinhou.

De acordo com a edição desta quarta-feira do Diário de Notícias, a AOFA enviou na terça-feira uma carta aberta a José Aguiar-Branco em que afirma que aos oficiais «nada os obriga a serem submissos, acomodados, ignorantes e apolíticos».

«Digamos que a causa próxima [para o envio da carta] foi o discurso proferido pelo ministro da Defesa e as declarações que prestou no almoço-debate na Revista de Segurança e Defesa, nomeadamente o que disse relativamente às Forças Armadas - que não eram sustentáveis -, e quando falou das associações profissionais de militares», assinalou Manuel Cracel.

Manuel Cracel adiantou que a AOFA não pondera adotar outra acção de protesto, embora tenha afirmado que a associação adoptará as atitudes que entender serem mais convenientes, «sempre no quadro daquilo que a lei permite».



O presidente da AOFA colocou de parte a possibilidade de uma ligação ao protesto da Associação Nacional de Sargentos, previsto para 16 de Fevereiro, contra os cortes salariais e a eliminação do feriado de 05 de Outubro. «Independentemente de estarem solidários com os motivos que determinam essa acção de protesto, os oficiais têm o seu tempo e têm os seus motivos», referiu.

Manuel Cracel lamentou ainda o facto de não conseguir uma audiência com o ministro da Defesa desde 10 de Agosto de 2011.
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