Pais de Maddie querem investigação reaberta

Os pais de Madeleine McCann esperam que a investigação portuguesa ao desaparecimento da filha seja reaberta para tentar colocar fim ao mistério, defenderam esta quarta-feira numa conferência de imprensa em Londres.

«Se querem solucionar o caso e levar os responsáveis à justiça, a melhor forma é reabrir a investigação», afirmou o pai, Gerry McCann, citado pela Lusa.

Mas este cenário foi rejeitado na semana passada pelo procurador-geral da República, Pinto Monteiro, que disse ao jornal «Público» que «só quando houver factos novos e credíveis é que o processo poderá ser reaberto».

Pelo lado da PJ, Pedro do Carmo, director nacional adjunto, justificou ao mesmo jornal que «não foram conhecidos elementos que fundamentem a reabertura do processo».

Gerry McCann reconheceu alguma frustração com o facto «invulgar de o caso ter sido fechado após um período tão curto», embora reconheça a pressão colocada sobre a Polícia Judiciária para avançar com o caso.

Madeleine McCann desapareceu poucos dias antes de fazer quatro anos, a 3 de maio de 2007, do quarto onde dormia juntamente com os dois irmãos gémeos, mais novos, num apartamento de um aldeamento turístico na Praia da Luz, no Algarve.

Os pais e um outro britânico, Robert Murat, foram constituídos arguidos pelas autoridades judiciais portuguesas em julho de 2007.

Mas a 21 de julho de 2008, a Procuradoria-Geral da República determinou o arquivamento das suspeitas contra o casal, o que ditou o fim das investigações.

No ano passado, a polícia britânica, após intervenção do primeiro-ministro, David Cameron, formou uma equipa para rever toda a informação relacionada com o caso recolhida pelas forças de segurança dos dois países e também dos detetives privados contratados pela família.

Para a mãe, Kate McCann, as «hipóteses de encontrar Madeleine aumentaram consideravelmente» devido à investigação da Scotland Yard, a quem reconhecem maior experiência neste tipo de casos.

A polícia britânica disse ter identificado 195 «oportunidades de investigação», algumas das quais o casal, sem dar pormenores, garante que são novas.

Reiterando a convicção de que a filha pode estar viva, Kate declarou serem encorajados pelos casos «cada vez mais frequentes» de crianças desaparecidas que reaparecem vários anos mais tarde.