Pinto Monteiro afirmou hoje «estar orgulhoso» daquilo que fez como procurador-geral da República (PGR), mas disse ter «pena daquilo que queria fazer e não fez», em parte por culpa sua, mas também por «feroz oposição interna e externa», noticia a agência Lusa.
Falando na cerimónia de tomada de posse, em Lisboa, dos novos procuradores-gerais adjuntos, Pinto Monteiro, que termina o mandato em outubro próximo, revelou «não estar arrependido» de ter aceitado o cargo, apesar de, na altura, ter «hesitado bastante», porque «estava bem» como juiz conselheiro do Supremo Tribunal de Justiça, após subir todos os degraus da magistratura judicial.
«Hoje, hesitaria menos e aceitaria logo», acentuou.
Justificando o tom confessional da sua intervenção de hoje, por ser a última cerimónia de posse em que participa como PGR, Pinto Monteiro disse ter «orgulho» naquilo que fez enquanto titular do cargo e, quanto «àquilo que queria fazer e não fez», assumiu a sua quota parte de culpa, atribuindo a restante à «feroz oposição interna e externa» que teve durante o seu mandato.
A este propósito, insistiu que «era altura de rever os Estatutos» do Ministério Público (MP), por forma a atualizá-los, observando que, nesse domínio, o «Estado devia clarificar várias situações e definir a chamada relação de forças dentro do MP».
Caso contrário, anteviu que o MP sentirá dificuldades em cumprir as suas obrigações perante os cidadãos, apesar de ter magistrados de «alto gabarito».
PGR tem «pena daquilo que queria fazer e não fez»
- tvi24
- PO
- 3 set 2012, 15:47
Pinto Monteiro na hora da despedida
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