Porto: Escola da Fontinha reocupada - TVI

Porto: Escola da Fontinha reocupada

Centenas de pessoas solidárias com o movimento ES.COL.A

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ATUALIZADO ÀS 21:30

A antiga escola do Alto da Fontinha, no Porto, foi reocupada cerca das 17:45 por centenas de pessoas.

Centenas de pessoas solidarizaram-se com o movimento ES.COL.A, ultrapassaram as barreiras impostas pela polícia, cortaram os cadeados e reentraram nas instalações.

No pátio grita-se, agora, «a Escola é nossa».

Os primeiros a entrar na escola da Fontinha, foram os ativistas do movimento Es.Col.A, seguidos por centenas de populares e participantes das comemorações do 25 de Abril, que se solidarizaram com a causa.

«O objetivo é que seja nossa. Vamos entrar no que é nosso», disse à Lusa uma das portuenses que se juntou à ocupação pacífica, que preferiu não se identificar.

Depois de quebrar os cadeados que impediam a entrada, os manifestantes retiraram as placas de metal que impediam o acesso ao espaço e, de forma simbólica, hastearam uma bandeira preta.

Lá dentro, os populares cantam, dançam e batem com testos de panelas.

Antes disso, os manifestantes haviam-se concentrado no exterior da Câmara do Porto, animando, com performances e música, milhares de pessoas reunidas nos Aliados para celebrar a Revolução dos Cravos, mas sem incidentes.

A reocupação do estabelecimento de ensino no dia 25 de abril foi uma das medidas decididas num plenário realizado um dia depois do despejo.

O movimento Es.Col.A - Espaço Coletivo Autogestionado do Alto da Fontinha - foi despejado da desativada escola da Fontinha pela polícia, na passada quinta-feira, o que resultou na detenção de três ativistas do movimento, que serão julgados a 2 de maio.

O movimento mantinha-se na escola do Alto da Fontinha desde abril de 2011 e nele dinamizava atividades desde hortas a teatro, passando por ioga e cinema.

Ocupação vai continuar

Os ativistas querem manter a ocupação da antiga escola primária para discutirem novas formas de dinamização do projeto comunitário.

«A resistência não é um objetivo em si, é um meio para conseguir manter o projeto Es.Col.A. O importante é que a resistência foi necessária para garantir um espaço para servir a comunidade e as pessoas de fora», disse à Lusa Johan Diels, um belga que emigrou para Portugal e participa no projeto do Es-col.A desde o início da primeira ocupação: abril de 2011.

Johan Diels afirmou que o mais importante é continuar a encontrar «maneiras para dinamizar» com a comunidade aquela escola primária antiga.

«Temos provavelmente de alterar o modelo de resistência para conseguirmos dar continuidade ao projeto Es.Col.A», acrescentou Johan Diels, ainda sem saber como se vão organizar. «Está tudo um bocado caótico», admite, sublinhando que a quantidade de gente que apareceu hoje para ocupar a escola esteve «além das expetativas». «Acho que alguns dos elementos da organização ficaram assustados de forma positiva com esta gente que apareceu hoje».
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