Seabra não estava em «transe», diz testemunha - TVI

Seabra não estava em «transe», diz testemunha

Mónica Nascimento esteve com Renato Seabra já depois da morte de Carlos Castro, na entrada do hotel

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Mónica Nascimento, testemunha que falou com Renato Seabra depois do homicídio de Carlos Castro em Nova Iorque, disse que o jovem estava na altura «calmo, surpreendido e hesitante», evitando qualificá-lo como «em transe», como havia feito antes.

Última testemunha da acusação, Mónica acorreu ao Intercontinental Hotel e encontrou o arguido a conversar com a sua mãe, Vanda Pires, que é uma das testemunhas-chave do processo por ter privado com Seabra e Castro durante a estadia de ambos em Nova Iorque.

A jovem havia dito anteriormente a um psicólogo contratado pela defesa para fazer uma avaliação psiquiátrica de Seabra que, durante a conversa entre os três no lobby do Hotel, o jovem «começou a ficar estranho, como se estivesse em transe», recordou esta quarta o advogado de defesa, David Touger.

«Não me lembro de dizer isso», afirmou Mónica Nascimento perante os jurados, usando várias vezes a palavra «surpreendido» para descrever o estado de Seabra.

Mónica Nascimento respondeu negativamente quando questionada pela defesa sobre se, durante a conversa no hotel, Seabra tentou tocar alguém ou se falou de «Deus, demónios, em melhorar o mundo».

Antes, o tribunal ouviu Avelino Lima, que juntamente com a namorada Vanda Pires, Castro e Seabra participou no último jantar entre a vítima e o homicida, a 06 de janeiro de 2011, véspera do crime, chegando já no final da refeição.

Enquanto em anteriores encontros Seabra se mostrou «calado e educado», relatou Lima, naquela noite estava «mais feliz», bebendo vinho e propondo brindes, dizendo «vamos celebrar», apesar de, depois de uma primeira discussão com Castro, haver silêncio e «tensão» à volta da mesa.

Quando Lima chega, Seabra aponta-lhe um copo de vinho, que diz «estar à espera» do convidado, e propõe de seguida vários brindes, chegando a tentar chamar a atenção de Castro com uma ligeira cotovelada, relatou.

O advogado de defesa Rubin Sinins tentou que a vítima descrevesse o estado de Seabra como «efusivo», mas este não foi além de dizer que o jovem «estava diferente», cita a Lusa.

Também esta quarta foi ouvido o detetive que liderou a investigação, que confirmou apenas que, na altura da detenção, a 8 de janeiro, Seabra estava na posse do passaporte, cartões de crédito, mais de 1600 dólares em notas, entre outros bens.

Estas foram as últimas testemunhas arroladas pela defesa, iniciando-se na quarta-feira a audiência das arroladas pela acusação (um psicólogo e um psiquiatra que avaliaram Seabra).

A acusação poderá ainda optar por trazer mais testemunhas ao tribunal, depois de ouvidas as da defesa, escreve a Lusa

Durante a manhã, o detetive Michael de Almeida, lusodescendente que serviu de tradutor e intérprete ao detetive Richard Tirelli durante a confissão de Seabra, confirmou em tribunal que o jovem disse ter tentado suicidar-se depois do crime, «para se salvar», cita a Lusa.

Esta declaração, contudo, não foi incluída na versão final da confissão lida em tribunal.

Também não incluída na versão final foi a declaração de que, durante o crime, o jovem «saltou várias vezes sobre a cara» da vítima, confirmou Almeida.

Na tentativa de suicídio, Seabra terá usado um copo de vinho partido para cortar os pulsos.

A procuradoria divulgou entretanto imagens do jovem no primeiro hospital a que acorreu depois do crime, Saint Luke.
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