Transplantes: ministro nega «razão monetária» - TVI

Transplantes: ministro nega «razão monetária»

Ex-secretário de Estado Manuel Pizarro aponta «profunda desorganização» do setor como razão da diminuição de 22 por cento na transplantação

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O ministro da Saúde admitiu esta quarta-feira, no Parlamento, que a transplantação de órgãos «tem vindo de facto a diminuir» este ano. A queda, segundo avançou o tvi24.pt, é de 22 por cento no primeiro semestre.

Para Paulo Macedo, a diminuição do número de acidentes rodoviários é «um dos fatores» que explicam a diminuição, assim como a «redução da transplantação em termos mundiais». O governante descarta, no entanto, que haja uma «razão monetária» por trás dos números, recordando que «todos os responsáveis [do setor] já disseram que não há qualquer impacto».

Sublinhando as «variações muito claras dentro das principais unidades» que realizam transplantes, Paulo Macedo referiu o «bom comportamento» em Coimbra, «o melhor do país», o «comportamento positivo» do Porto e o «comportamento bastante insuficiente» do Hospital de Santa Maria, em Lisboa.

O ministro respondia a uma questão do deputado do PS Manuel Pizarro, que apontou a «profunda desorganização do setor da transplantação de órgãos» como causa da diminuição. «Quando tomou um conjunto de medidas, no ano passado, garantiu que isso não iria ter consequências, mas estamos agora a vê-las», afirmou.

Segundo o ex-secretário de Estado da Saúde, a redução dos transplantes «nem sequer do ponto de vista financeiro é uma boa opção», porque aumenta os custos a longo prazo. Por exemplo, no caso dos rins, a queda de 25 por cento «vai custar ao Estado 8,5 milhões de euros nos próximos 10 anos», tendo em conta o número de doentes em lista de espera que se mantêm em diálise.

O socialista propôs ao ministro «melhorar a coordenação dos serviços, promover o programa do dador do coração parado e promover o aumento da dádiva de dadores vivos», como a recente campanha da Sociedade Portuguesa da Transplantação.



«Concordamos que há iniciativas que vamos apoiar. Nós iremos apoiar essa campanha», assegurou Paulo Macedo, sem adiantar números.
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