Vila Real : três detidos por clonagem de cartões - TVI

Vila Real : três detidos por clonagem de cartões

Homens são oriundos do Leste da Europa

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A Polícia Judiciária (PJ) de Vila Real anunciou este sábado a detenção de três homens suspeitos de integrarem uma rede de crime organizado de clonagem de cartões de crédito, que usavam para comprar material que era posteriormente vendido, noticia a Lusa.

O inspector chefe da Unidade Local da PJ de Vila Real, António Torgano, disse aos jornalistas que os suspeitos do Leste europeu, com idades entre os 25 e 33 anos, foram interceptados no centro comercial Dolce Vita Douro, em Vila Real, na quinta-feira, após denúncia de um comerciante.

«A investigação teve início quando um comerciante comunicou à PSP que se encontravam uns indivíduos no estabelecimento com cartões supostamente irregulares», salientou.

Logo depois a PJ entrou em campo e apreendeu diverso material adquirido em várias lojas do centro comercial e o carro dos suspeitos, de matrícula espanhola, onde encontrou uma «mini-fábrica de contrafação» e cerca de duas dezenas de cartões.

«Estamos claramente a falar de crime organizado neste caso», afirmou.

Isto porque, de acordo com António Torgano, numa primeira fase a organização obtinha os dados dos cartões de crédito das vítimas, residentes em países como a China, Estados Unidos da América (EUA) ou outros países europeus.

Depois, através de um computador normal e um leitor de bandas magnéticas, esses dados eram copiados para cartões obtidos através de furto, burla ou até de prestadores de serviço como, por exemplo, gasolineiras.

«As vítimas depois vêem os seus dados serem utilizados nestes esquemas fraudulentos sem nunca estarem envolvidos nas aquisições», referiu.

Ou seja, depois de clonados os cartões, os suspeitos dirigiam-se a estabelecimentos comerciais onde efetuavam compras de «elevado valor, pequeno tamanho e de fácil comercialização», já que se destinavam, posteriormente, à venda.

Na incursão de apenas um dia a Vila Real, os suspeitos adquiram computadores, telemóveis topo de gama, ratos para computadores, perfumes, canas de pesca, entre outros.

A PJ deduz que estão em causa «muitos milhares de prejuízos para os comerciantes».

«A informação que temos disponível neste momento é que estes indivíduos já estão a fazer operações desde o início de Maio», sublinhou.

António Torgano referiu ainda que a investigação permitiu perceber que os suspeitos «operam numa plataforma europeia, deslocam-se aos vários países para fazer aquisições».

Os indivíduos, que estão a ser ouvidos este sábado no tribunal de Vila Real, são oriundos de um país do Leste europeu, mas chegaram a Trás-os-Montes vindos de Espanha e possuem, segundo o inspector, «conhecimentos avançados de informática que lhes permite praticar este tipo de ilicitude».

Torgano explicou que as investigações sobre a existência deste grupo «ainda estão numa fase preliminar» e que, por isso, será necessário prosseguir para perceber do «histórico dos indivíduos quer em Portugal quer em outros países».

«Teremos que equacionar verdadeiras organizações criminosas que operam neste campo, porque têm acesso por muitas vias aos cartões de crédito, por exemplo acedendo às bases de dados de hotéis. Há muitas possibilidades de terem acesso aos números dos cartões», frisou.

Os três homens estão indiciados por contrafacção de moeda e burla qualificada, num total de 20 crimes, podendo incorrer numa pena até 14 anos.
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