Violador de Telheiras diz-se «arrependido»

O «violador de Telheiras» confessou, esta quinta-feira, em tribunal a maioria dos crimes pelos quais está acusado e afirmou aos juízes «estar arrependido». Por decisão do colectivo de juízes, devido à natureza «sexual dos crimes», as sessões vão decorrer com «exclusão de publicidade» e, por isso, à porta fechada.

Apesar dos jornalistas não poderem assistir ao julgamento houve autorização para filmar a entrada do arguido na sala de audiências. De rosto cabisbaixo e sério, Henrique Sotero chegou algemado e acompanhado de vários agentes da PSP.

Pouco passava da uma da tarde quando o advogado de Sotero abandonou o tribunal no Campus da Justiça em Lisboa. «Não posso fazer comentários», afirmou quando questionado pelos jornalistas sobre como tinha decorrido a sessão. Pereira da Silva, responsável pela defesa do arguido, lembrou que os magistrados tinham determinado a «exclusão da publicidade». Mesmo assim, acabou por admitir que o seu cliente se tinha confessado «arrependido».

Durante a manhã, Henrique Sotero ouviu a longa acusação com 74 crimes confessou a maioria aos magistrados. No entanto, negou ter atacado uma mesma vítima duas vezes e, apesar de assumir que se cruzou com outra das adolescentes, também negou que lhe tivesse feito gestos para ficar com a boca calada.

Os representantes legais das vítimas do processo também não quiseram adiantar grandes pormenores sobre a audiência, todavia, António Rodrigues, advogado de uma das jovens, disse à saída que a sessão tinha «corrido bem» e que esperava uma «condenação exemplar». «Quantos anos?», perguntaram os jornalistas. «Tantos como os que ele próprio sugeriu», respondeu.

Recorde-se que durante uma das entrevistas da perícia que realizou no Instituto de Medicina Legal (IML) e que visava determinar ou não a existência de uma imputabilidade diminuída, Henrique Sotero afirmou que se fosse juiz daria a si próprio «25 anos de prisão».

A primeira audiência de julgamento acabou por ficar concluída durante a manhã e a próxima sessão ficou agendada para dia 14 de Abril às 14 horas. Nessa altura, deverão ser ouvidos os peritos do IML e o psiquiatra que acompanha Henrique Sotero desde Novembro de 2009.