Lisboa vai virar «Big Brother»? - TVI

Lisboa vai virar «Big Brother»?

câmara de videovigilância

Videovigilância causa apreensão na oposição camarária

Os vereadores da oposição na Câmara de Lisboa manifestaram-se, esta quarta-feira, apreensivos com a possível instalação de câmaras de videovigilância na Baixa e Bairro Alto, informa a Lusa.

«Deve ser usada com cautela, não sou favorável a um Big Brother generalizado, por todo o lado, mas acho positivo», disse Carmona Rodrigues, defendendo: «Tem de ser visto caso a caso e não de uma forma generalizada.»

O vereador, do movimento Lisboa Com Carmona, considerou positiva a reunião desta quarta-feira na câmara com responsáveis do Ministério da Administração Interna (MAI), PSP e Governo Civil sobre as questões de segurança na cidade.

Câmaras e polícias a vigiar Lisboa

Carmona defendeu uma ágil actuação da Justiça para ajudar o trabalho da polícia e a deslocalização da GNR das Janelas Verdes, deixando livres instalações que poderiam ser aproveitadas para a PSP e Polícia Municipal, forças que actuam na cidade.

A vereadora do PSD Margarida Saavedra, acusou o presidente da Câmara, António Costa, de ter feito «papel de morto», afirmando que a reunião serviu para a Administração Central apresentar um plano «completamente omisso» em relação à Polícia Municipal e outras questões relacionadas com a cidade.

Margarida Saavedra manifestou reservas com a videovigilância. «Preocupa-me que seja a PSP a prever isso neste relatório. Tem de ser negociado com o poder local», afirmou, admitindo que pode ser uma solução a seguir se for «devidamente integrada» com os presidentes de junta: «Não pode ser nunca uma decisão da Administração Central.»

Roseta e PCP com dúvidas

A vereadora do movimento Cidadãos por Lisboa Helena Roseta manifestou «muitas dúvidas» sobre a instalação de um sistema de videovigilância. «Sei que é uma solução de último recurso e que muitos comerciantes a pedem, mas tenho muitas dificuldades em aceitar videovigilância em espaço público», argumentou.

A vereadora comunista Rita Magrinho considerou que se trata de um «instrumento perigoso» que «vigia os cidadãos no espaço público». «Os sistemas de vigilância instalados por este Governo nem sequer são conhecidos da Assembleia da República. O grau de confiança dos cidadãos é relativamente diminuto, do ponto de vista democrático», sustentou.
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