Ministro: Portugal ainda tem taxa "demasiado elevada" de pobreza - TVI

Ministro: Portugal ainda tem taxa "demasiado elevada" de pobreza

Vieira da Silva

Vieira da Silva lembra que redução em meio ponto percentual, para 19%, entre 2014 e 2015.

O ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Vieira da Silva, disse esta quinta-feira que Portugal ainda tem uma taxa “demasiado elevada” de pessoas em situação de pobreza, apesar da redução em meio ponto percentual, para 19%, entre 2014 e 2015.

Num país que tem uma taxa de pobreza de 19% (…) essas variações importam. O essencial é que é um país que ainda tem uma percentagem demasiado elevada de pessoas em situação de pobreza”, afirmou o ministro à margem do lançamento do livro "25 anos a construir caminhos para a erradicação da pobreza" da EAPN-Rede Europeia Anti-Pobreza/Portugal.

Para Vieira da Silva, a variação de meio ponto percentual foi “provocada por uma melhoria das condições da economia, do mercado de trabalho, dos rendimentos que as pessoas têm na sua atividade”.

Isso é um aspeto positivo, ter havido essa diminuição, (…) mas também há alguns indicadores menos positivos. Nós continuamos com uma taxa de pobreza superior à que tínhamos há alguns anos e, em termos reais, a diferença é significativa”, assinalou,

Questionado sobre a melhor resposta a dar, Vieira da Silva respondeu que “não há nenhuma solução mágica” e que a sociedade “não pode ser agir só numa dimensão”.

Tem que ser uma atuação conjugada, de todas as áreas e uma vontade da sociedade portuguesa de corrigir estes desequilíbrios”, sustentou o ministro momentos antes do lançamento do livro que assinala os 25 anos da EAPN.

Para o presidente da Rede Europeia Anti-Pobreza/Portugal, porém, os números do Instituto Nacional de Estatística sobre a pobreza hoje divulgados “não correspondem de facto à leitura real” e “não é bem verdade” que o país esteja mais rico.

A realidade é outra. Não há aqui uma identificação dos números com a realidade, porque sabemos que o tempo da ‘troika’ teve um impacto de empobrecimento geral do país”, criticou o presidente Jardim Moreira, lembrando que “as pessoas ficaram sem capacidade de compra e com menos dinheiro para poder sustentar as suas vidas”.

Para o responsável, o mais preocupante é a pobreza nas crianças, “porque as crianças mal alimentadas ou doentes ficam com incapacidade intelectual, logo para o ensino”.

Portanto uma criança que fica mal no ensino é uma criança que vai ficar excluída no futuro e incapaz de poder participar ativamente na vida social ou no emprego”, salientou.

A taxa de risco de pobreza diminuiu em Portugal em 2015, ano em que esta situação afetava quase dois milhões de portugueses, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) hoje divulgados.

Os dados do Inquérito às Condições de Vida e Rendimento 2016 revelam que 19% das pessoas residentes em Portugal estavam em risco de pobreza em 2015, menos 0,5 pontos percentuais relativamente ao ano anterior, uma taxa que corresponde à proporção de habitantes com rendimentos monetários líquidos anuais (por adulto equivalente) inferiores a 5.268 euros (439 euros por mês).

A taxa de risco de pobreza voltou a aumentar para a população idosa, passando de 17% em 2014, para 18,3% em 2015, e para os reformados, com uma taxa de 16%, contra os 14,4% no ano anterior.

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