Estão a ser limpos 400 metros cúbicos de lamas por hora no rio Tejo - TVI

Estão a ser limpos 400 metros cúbicos de lamas por hora no rio Tejo

  • 21 jun 2018, 19:26

Ministro do Ambiente visitou local, junto às Portas de Ródão, e garante que "não há um grama destas lamas que estão no Tejo que fiquem no terreno"

Os trabalhos de remoção de lamas do rio Tejo, junto às Portas de Ródão, já começaram e estão a ser retirados 400 metros cúbicos de efluente por hora, dos quais é subtraído 98% de matéria orgânica.

Todo o processo é acompanhado por pessoal especializado. São feitas análises quer às lamas, quer à água do rio [Tejo], quer àquilo que está a ser devolvido [à água]. O valor que está previsto é de cerca de 1,7 milhões de euros em toda a operação, incluindo já o destino final", explicou José Manuel Sardinha, da EPAL.

Este responsável explicou hoje, durante a visita ao local do ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, todo o processo de remoção das lamas do rio Tejo, que se iniciou na segunda-feira e que vai decorrer até final do mês de julho, junto às Portas de Ródão.

O processo começa numa barcaça que aspira do leito do rio as lamas ali depositadas, sendo que estas são canalizadas, através de uma tubagem à superfície, até chegarem a um floculador.

As lamas são enviadas para um floculador, um tanque com grande dimensão, com sete metros de altura e três de diâmetro, no qual são coaguladas através da injeção de um coagulante, por forma a promover a separação da matéria sólida, que constitui efetivamente as lamas, da água", disse.

Segundo José Manuel Sardinha, este procedimento permite separar, "de forma muito rápida", a água e devolver essa água em boas condições ao rio.

As lamas são encaminhadas para estes sacos onde vão ficar armazenadas e secas até que atinjam um valor de concentração de matéria seca ideal, para serem então enviadas a destino final apropriado", explicou.

As primeiras lamas, cuja secagem é feita dentro dos sacos, devem ser retiradas até ao final do mês de agosto, em camiões estanques, sendo que esse processo depende das condições climatéricas, do calor e da precipitação.

Os resultados que temos estado a obter são, de facto, excecionais. Não há maus cheiros e o rendimento está a ser francamente bom", afirmou.

Cada saco tem uma capacidade de cerca de dois mil metros cúbicos. Neste momento, estão três sacos em operação e, caso seja necessário, podem ser colocados mais.

"Terreno impermeabilizado"

Já o ministro do Ambiente, José Pedro Matos Fernandes, explicou que a operação está a resultar em pleno.

O terreno está completamente impermeabilizado e não vai sofrer rigorosamente nada. Não há um grama destas lamas que estão no Tejo que fiquem no terreno", afirmou.

Adiantou ainda que houve todo o cuidado na escolha do terreno para instalar o estaleiro.

Sabemos bem que estamos nas Portas de Ródão, sabemos bem que esta é uma operação temporária. O que nos espera? Até final de julho retirar todas estas lamas que estão no fundo do Tejo, temos que as deixar secar dois ou três meses (...) e depois dar-lhe o destino mais adequado possível", frisou.

O governante explicou que, desde o início de todo o processo, prepararam-se para o pior, ou seja, admitindo que podia haver alguns contaminantes ou metais pesados o que não se veio a confirmar.

O investimento que aqui foi feito é reutilizado. A EPAL vai ser o fiel depositário para que ele [equipamento] possa ser utilizado em outros acidentes como este em Portugal", concluiu.

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