Além de um crime de incêndio, o arguido está acusado de dois crimes de violência doméstica contra a ex-companheira e um filho de cinco anos, fruto de um relacionamento anterior.
O caso ocorreu em outubro de 2013, dois meses depois de a ofendida ter terminado o relacionamento com o arguido, que durava há cerca de três anos, saindo da casa onde ambos residiam.
Durante a primeira sessão do julgamento, que decorreu esta quinta-feira, o coletivo de juízes ouviu as declarações da ofendida, que acusou o ex-companheiro de ter infringido maus tratos físicos e psíquicos a si e ao filho mais velho, durante o tempo em que viveram juntos.
"Ele batia-me com pontapés e murros e obrigava-me a dormir no chão. Uma vez, depois de me agredir, tirou-me as chaves de casa e saiu, deixando-me trancada com os meus filhos para não pedir ajuda"
A ofendida referiu ainda que depois de ter saído de casa, recebeu várias mensagens anónimas por telemóvel, com ameaças de morte.
Segundo a acusação do Ministério Público, o suspeito tomou conhecimento da nova morada da ofendida e, na tarde do dia 10 de outubro de 2013, deslocou-se ao local e "pegou fogo a umas listas telefónicas que largou para o interior dos anexos".
As chamas propagaram-se às portas e paredes dos anexos e originaram a derrocada da cobertura, destruindo todo o recheio da casa.
De acordo com os investigadores, o incêndio só não atingiu maiores proporções devido à rápida intervenção dos bombeiros que evitaram que o fogo alastrasse a outras habitações circundantes.