Taxista alega "disparo de intimidação" sem querer matar mulher - TVI

Taxista alega "disparo de intimidação" sem querer matar mulher

Tribunal

Vítima de 45 anos era viúva e deixou quatro filhos. O alegado homicida começou esta segunda a ser julgado por homicídio qualificado

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 Um taxista que alegadamente matou uma mulher na aldeia de Guiães disse esta segunda-feira, no início do seu julgamento no Tribunal de Vila Real, ter disparado um tiro de intimidação sem se aperceber de ter atingido a vítima.

António Correia, 48 anos, é acusado de um crime de homicídio qualificado e de ter disparado da rua para a mulher que estava à janela da sua casa, tendo o crime sido presenciado pelo filho menor da vítima, que deu depois o alerta.

Segundo a acusação do Ministério Público (MP), o taxista manteve uma relação com a vítima, uma viúva de 45 anos com quatro filhos, até três meses antes do crime, e que terão sido motivos passionais que estiveram na origem do disparo em setembro do ano passado.

Ao coletivo de juízes, António Correia afirmou que aceitou bem o fim do relacionamento dos dois e do início do relacionamento da mulher com outro homem e que continuou amigo da vítima e dos filhos dela.

Contou ainda que lhe emprestou 1.500 euros e alegou que, na noite do crime, foi a casa da mulher, que se localizava numa zona isolada da aldeia de Guiães, para lhe pedir que devolvesse o dinheiro.

Disse que bateu à porta, que ninguém abriu e que quando já estava a ir embora ouviu a mulher dizer que não lhe devia nada e foi aí que, segundo referiu, tirou o revólver do bolso e disparou em direção à casa, salientando, no entanto, que não viu ninguém porque as luzes de casa estavam apagadas.

Ao tribunal o arguido afirmou que fez “um disparo de intimidação” e que quando saiu do local não ouviu nada nem se apercebeu de que tinha atingido a viúva.

Justificou ainda que andava sempre armado devido à profissão de taxista.

O MP disse que o suspeito conhecia a rotina da vítima, que vivia sozinha com os filhos e que, quando António Correia disparou se encontrava na cozinha, com a luz acesa.

O filho mais novo da viúva, um menino de oito anos, foi a primeira testemunha de acusação a ser ouvida esta tarde.

A criança contou que, naquela noite, estava sozinho com a mãe na cozinha a ver televisão, que tinham a luz acesa e que quando bateram à porta ninguém foi abrir, até porque a irmã tinha saído e levado a chave, e que a mãe abriu uma janela e perguntou quem estava lá fora, como reporta a Lusa.

Foi nessa altura que, segundo o menino, a mãe foi atingida.

Depois, a filha da vítima, de 17 anos, negou que a mãe tenha tido um relacionamento com o suspeito, que é casado, mas disse que ele insistia e estava sempre a ligar e a mandar cartas.
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