Beja: violência na escola leva a demissão em bloco - TVI

Beja: violência na escola leva a demissão em bloco

Violência na escola

Conselho Executivo da Escola Básica 2, 3 de Santa Maria, em Beja diz-se «saturado» com os vários casos de violência no estabelecimento

Relacionados
O Conselho Executivo (CE) da Escola Básica 2, 3 de Santa Maria, em Beja, demitiu-se em bloco, «saturado» com vários casos de violência no estabelecimento de ensino, como agressões entre alunos e a funcionários, professores e pais, escreve a Lusa.

«Apresentámos a demissão, porque estamos cansados e saturados com vários casos de violência na escola, que deixaram de ser pontuais e passaram a ser frequentes», explicou esta segunda-feira a professora e presidente demissionária do CE da escola, Domingas Velez.

Os problemas das escolas

Violência: pais atribuem 65% dos casos à falta de funcionários

Segundo a responsável, o CE, que apresentou a demissão na passada sexta-feira à presidente da Assembleia de Escola do Agrupamento nº 1 de Beja, «não consegue desenvolver o trabalho normal de gestão da escola, porque constantemente há problemas relacionados com casos de violência para resolver».

Além de agressões entre alunos, que «são resolvidas internamente e através de mecanismos legais», Domingas Velez queixou-se, sobretudo, de «casos de agressões, a maioria verbais, mas também físicas, a funcionários e professores por parte de elementos exteriores à escola», como pais e encarregados de educação.

Domingas Velez referiu ainda casos de agressões de pais e encarregados de educação a alunos e a outros pais e encarregados de educação no interior da escola e devido a conflitos entre os filhos e educandos.

Agressões «têm vindo a agravar-se

«Já são demasiados problemas para o que deveria ser a normalidade de uma escola», lamentou Domingas Velez, referindo que os casos de agressões «têm vindo a agravar-se nos últimos dois anos» e «desde o início deste ano lectivo têm sido constantes».

Para resolver os casos de agressões, cuja frequência atribui ao facto de a escola acolher «alunos problemáticos provenientes de bairros sociais desfavorecidos», Domingas Velez defendeu o «reforço da vigilância interior e exterior da escola» e «a distribuição de alunos problemáticos por outras escolas».

Tudo comunicado ao ministério da Educação

«Um dia entrei às 08:00 e já estava o pai de um aluno à porta da escola à espera para bater num professor que tinha repreendido o filho», contou Domingas Velez, lembrando outras situações «mais complicadas» que «têm sido comunicadas ao Ministério da Educação».

No início deste mês, a avó e encarregada de educação de uma aluna foi espancada por seis mulheres à porta do CE da escola, quando se preparava para denunciar agressões sofridas pela neta.

Há quase um ano, lembrou a professora, a escola foi «invadida» por 11 indivíduos, que provocaram desacatos e danos materiais no refeitório, onde partiram diversos materiais, criando o pânico entre os alunos.

«Um dos indivíduos, a mãe de um aluno, até agrediu, sem qualquer motivo, uma funcionária da cozinha», precisou a professora.

A Lusa contactou a Direcção Regional de Educação do Alentejo, mas os serviços informaram que o director regional, José Lopes Verdasca, estava ausente.
Continue a ler esta notícia

Relacionados