"Isto é apenas o começo". Advogado diz que Rui Pinto "é o mais proeminente denunciante do século" - TVI

"Isto é apenas o começo". Advogado diz que Rui Pinto "é o mais proeminente denunciante do século"

William Bordoun já representou Edawrd Snowden, Julian Assange ou Antoine Deltour e esta sexta-feira estará com o pirata informático em tribunal

Já representou Edawrd Snowden, Julian Assange ou Antoine Deltour e esta sexta-feira está no Campus de Justiça para defender Rui Pinto. O advogado, William Bourdoun, disse, em entrevista à TSF, que o criador do Football Leaks é “o mais proeminente denunciante do século”.

Bourdon falou ainda sobre o papel dos denunciantes na democracia. “Ou seja, por um lado temos um jovem que está a ser acusado mas, por outro lado, a sua contribuição é considerada absolutamente crucial e extraordinária para permitir à justiça portuguesa e, certamente um dia, também à europeia lançar uma investigação intensa e extensa à forma como os cartéis do crime financeiro atuam em Portugal causando danos ao interesse público e prejudicando os contribuintes portugueses (…) Porque no final quem paga o dinheiro sujo, quem paga as consequências da corrupção são sempre os contribuintes”, afirmou.

“Mas é claro que ele agora tem que enfrentar o julgamento, tem de dar explicações. Iremos apresentar, eu e o meu colega Francisco Teixeira da Mota, um conjunto de argumentos legais e factuais. Vamos pedir ao tribunal que o Rui Pinto não seja condenado”, sublinhou o advogado.

O julgamento que se inicia esta sexta-feira conta com apertadas medidas de segurança. Bourdon referiu na entrevista que, “por todo o mundo, os denunciantes mais proeminentes, devido às suas revelações, devido ao contributo para a denúncia do comportamento errado de pessoas importantes no setor privado e no setor público -pessoas como banqueiros, terroristas, agentes de futebol, advogados - criam muitos inimigos. Esses inimigos vão ver o julgamento e esperam, desejam e pedem que o Rui seja duramente condenado. E não vão desistir, porque para eles é uma questão de vida. Uma questão de continuar com o seu enriquecimento ilegal”.

“Nós sabemos que quando estava em Budapeste o Rui sofreu ameaças de morte. Não quero exagerar, mas neste tipo de situações em que há influências e poderes tão sombrios e sujos, em que há pessoas dispostas correr todos os riscos a fim de evitarem ser responsabilizadas pelo que fazem, é claro que há medidas que têm de ser tomadas. Mas essa é uma avaliação que não me compete a mim, é uma responsabilidade das autoridades portuguesas”, afirmou.

Sobre o julgamento, deixou uma garantia: "Isto é apenas o começo."

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