Eles fazem "vinho" a partir de morangos - TVI

Eles fazem "vinho" a partir de morangos

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Empresa de Zambujeira do Mar desenvolveu bebida alcoólica a partir do fruto fermentado com vista à criação de um rosé e não de um licor

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Uma empresa de Zambujeira do Mar, no concelho de Odemira, desenvolveu uma bebida alcoólica produzida a partir de morangos fermentados, cultivados no Brejão, e prepara-se para fazer uma primeira aproximação ao mercado num evento em Lisboa.

O projeto arrancou em 2012, por iniciativa de Garry Mercer, inglês a viver na Zambujeira do Mar há 12 anos, que procurava um produto que pudesse ser considerado um "vinho seco", como o rosé, e não um licor, à semelhança de muitas bebidas alcoólicas de morango já produzidas, "mais doces".

"Começou como um processo de ´porque não?`, por interesse próprio", contou à Lusa o empresário, que, em sociedade com dois amigos, Nuno Ramalheira e David George, constituiu a Something New, da qual a bebida Monte da Fonte é ainda o único "fruto".

O primeiro lote da bebida, produzida numa adega tradicional em relação à qual os responsáveis fazem questão de manter "algum sigilo", surgiu há dois anos e, desde então, tem continuado a ser desenvolvida, indicou Garry Mercer.

O processo, explicou o empresário inglês, tem sido beneficiado pelas particularidades da matéria-prima, os morangos, que, "ao contrário das uvas", podem ser colhidos "quase todas as semanas", permitindo produzir "pequenos lotes", consoante as necessidades.

De acordo com Garry Mercer, "não há ingredientes secretos" nesta bebida, cujo processo de produção é "similar" ao do vinho, com uma duração, desde a colheita até ao produto acabado, de três a quatro meses.

Os morangos são cultivados no Brejão, também no litoral do concelho de Odemira, pela empresa Sudoberry, da qual o inglês é diretor-geral.

A escolha das variedades certas e da melhor altura para colher os frutos são "fatores-chave" para a qualidade do produto, assegurou o responsável.

"Tentamos, à medida do possível, aplicar métodos tradicionais, com equipamentos tradicionais, quase rústicos", evidenciou.

Para já, a bebida, que não pode ser designada de vinho por imposição legal, tem sido apreciada apenas pelos "amigos".

Os empresários preparam-se agora para dá-la a conhecer a outros públicos, através de um evento que vai decorrer esta quarta-feira ao final do dia em Lisboa, no espaço Oficina do Vinho.

Mas, Garry Mercer avisa: "não queremos comparar a nossa bebida com o vinho, isto é algo diferente e novo, apenas isso".

A empresa, cuja estrutura reside unicamente nos três sócios, tem atualmente uma reserva de 500 garrafas que podem servir encomendas que venham a ser feitas.

Quanto a investimentos futuros, o empresário inglês mostrou-se cauteloso, mas admitiu que, dependendo da reação ao produto, "existem opções a serem consideradas".

"A bebida nasceu de uma ideia. Eu gosto, 95% dos meus amigos que provaram gostam e espero que outros também gostem. Depois, logo se vê", concluiu.

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