«Salvador deu a ordem para não me pagarem a operação» - TVI

«Salvador deu a ordem para não me pagarem a operação»

Ricardo Ferreira (Lusa)

Ricardo Ferreira, em fim de contrato com o Sp. Braga, fala da lesão no joelho direito e das duas operações. Clube minhoto refuta declarações do futebolista

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O futebolista português Ricardo Ferreira, que ultrapassou um calvário de lesões no último ano e meio, no joelho direito, forçando duas operações nesse período, garantiu que o presidente do Sp. Braga, António Salvador, deu «ordem» para não lhe serem pagas as intervenções cirúrgicas de que foi alvo.

«Foi-me tudo comunicado pelo departamento médico. Basicamente, ele [ndr: António Salvador] deu a ordem para não me pagarem a operação. E estamos a falar de um valor irrisório para um clube como o Braga. Aliás, houve mais jogadores que sofreram a mesma lesão esta época e o clube suportou a totalidade dos custos», defendeu o jogador de 26 anos, em declarações publicadas este domingo, no jornal O Jogo.

O jogador, que venceu a Taça de Portugal pelos minhotos, em 2016 – tendo até sido já uma vez internacional pela seleção – sofreu uma lesão no joelho direito no início de 2018 e, cerca de um ano depois, no primeiro jogo após a paragem, pela equipa B, voltou a sofrer idêntico problema.

«Por indicação do Braga, fui ver o doutor José Carlos Noronha. Ele defendeu que eu tinha instabilidade rotuliana e que, por isso, só tinha uma solução: fazer um enxerto de cadáver, em vez da cirurgia habitual. Fui operado, recuperei e no início deste ano, no primeiro jogo, voltei a sofrer a mesma lesão. Por indicação do Braga, fui ao mesmo médico, que numa fase inicial sugeriu que se deixasse passar algum tempo, para ver se eu conseguia recuperar sem cirurgia. Em fevereiro, ele mudou de opinião e disse-me que teria de ser operado seguindo o mesmo método», revelou.

Ricardo Ferreira diz que a nova cirurgia foi marcada «para o início de março» deste ano e que, «dois ou três dias antes da operação», o Sp. Braga informou-lhe «de que não pagaria a cirurgia». Avançou, então, para «outras opiniões» e foi a «três especialistas», Pier Mariane, Juan Monllau e Ramón Cugat, que disseram «que não tinha instabilidade rotuliana e que deveria ter optado, logo na primeira vez, pela cirurgia tradicional». O defesa foi operado a 12 de abril e diz que «o prognóstico é ótimo» para voltar a competir.

Em comunicado, os arsenalistas já reagiram às declarações do futebolista. Defendem que Ricardo Ferreira «optou (por iniciativa própria) pelo recurso a José Carlos Noronha» e que, mesmo com as duas lesões, o clube «insistiu» com proposta de renovação no início de 2018 e, «aquando de nova lesão, em janeiro de 2019, o clube voltou a disponibilizar os recursos abrangidos pela sua rede de seguros».

«Ricardo Ferreira recusou as opções apresentadas, abdicando das soluções que o clube garante e assumindo todas as responsabilidades inerentes, no âmbito da gestão da sua carreira, sobretudo considerando que foi também sua a decisão de terminar o vínculo contratual com o Sp. Braga», pode ler-se, ainda, na nota dos minhotos.

Ricardo Ferreira, que diz ter pensado «até em desistir», não atribui culpas ao doutor José Carlos Noronha, uma vez que, apesar de considerar este «um excelente profissional, pode não estar sempre certo». Diz ainda não ter tido o «apoio que deveria ter tido, não da parte dos colegas e do departamento médico do clube, mas do resto das pessoas». 

Sobre o futuro, aponta que, «se tudo acontecer dentro da normalidade», poderá voltar «a treinar já em setembro» e que já há «alguns contactos, sobretudo de clubes estrangeiros, mas ainda nada concreto».

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