O filme das detenções de Bruno de Carvalho e Mustafá - TVI

O filme das detenções de Bruno de Carvalho e Mustafá

Seis meses depois dos ataques a Alcochete foram detidos por suspeitas de terem sido os instigadores

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As detenções de Bruno de Carvalho e Mustafá [Nuno Mendes], líder da claque Juventude Leonina, são o mais recente desenvolvimento de um caso que tem quase seis meses e conta, para já, com 38 arguidos em prisão preventiva.

Ambos só vão ser ouvidos em tribunal na terça-feira às 10:00 mas, ao que a TVI apurou, as detenções foram feitas propositadamente este domingo, em dia de jogo do Sporting, para que o líder da Juve Leo fosse apanhado na sede da claque na posse de droga, o que veio a acontecer.

Buscas à sede da claque permitiram então encontrar cocaína e haxixe. Houve ainda buscas nas casas de Bruno de Carvalho e de Mustafá.

Bruno de Carvalho está detido no posto da GNR de Alcochete, onde passou a noite e vai aguardar pelo interrogatório judicial. Já o líder da claque acompanhou as buscas à sua residência ao início da noite e só já de madrugada foi levado para o posto da GNR do Montijo, onde pernoitou.

Há cerca de um mês, Bruno de Carvalho disponibilizou-se, através do advogado, para prestar declarações na unidade de terrorismo do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), porém, esta entidade reencaminhou o requerimento para o DIAP

O antigo presidente do Sporting deslocou-se então ao DIAP, mas acabou por não ser ouvido.

O dia D

O dia de 15 de maio ficou marcado como um dos mais negros da história do Sporting. Cerca de 40 pessoas de cara tapada invadiram as instalações da Academia de Alcochete e agrediram jogadores e elementos da equipa técnica e do staff leonino. Bruno de Carvalho e Mustafá são suspeitos de serem os instigadores deste ataque.

Veja os acontecimentos que antecederam o ataque à Academia

«Quero que os sportinguistas tenham calma. Estes acontecimentos têm de ser vividos com tristeza, mas sinceramente este é um ato que está a ser tratado pela polícia […] Foi chato ver os familiares dos jogadores ligarem preocupados, do staff, os meus próprios pais, a minha mulher, as minhas filhas. As pessoas ficam preocupadas, mas felizmente as coisas estão a correr dentro da normalidade», disse Bruno de Carvalho na primeira reação ao ataque.

«Amanhã é um novo dia, temos de nos habituar que isto faz parte do dia-a-dia», afirmou o então presidente do Sporting.

Nas primeiras horas, 23 pessoas foram detidas, um número que foi aumentando ao longo do tempo. Entre os detidos está o antigo oficial de ligação aos adeptos, Bruno Jacinto

Os 38 arguidos que aguardam julgamento em prisão preventiva são todos suspeitos da prática de diversos crimes, designadamente, de terrorismo, ofensa à integridade física qualificada, ameaça agravada, sequestro e dano com violência.

Num dos despachos que determinam a prisão preventiva, a que a TVI teve acesso, o juiz do tribunal do Barreiro imputava responsabilidades ao presidente do Sporting, defendendo que as críticas ao plantel nas redes sociais «potenciaram o clima de animosidade que já existia entre a Juve Leo, os jogadores e a equipa técnica, face a alguns inêxitos de resultados desportivos».

Acusações que chegaram de várias figuras do Sporting e não só, como o presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, que pedia mesmo que o então presidente do Sporting deixasse o cargo.

«Neste momento, sinto-me com a mesma capacidade, força, prazer e honra em servir o clube que amo, não vendo qualquer motivo enquanto sportinguista para me afastar de um trabalho e de um rumo que está a ser seguido com sucesso nestes cinco anos», afirmou Bruno de Carvalho, prometendo responder com processos judiciais aos que o acusavam e «negando qualquer responsabilidade no «ato hediondo».

Um verão quente

Desde os ataques, nove jogadores rescindiram com o Sporting por causa dos ataques à Academia - Rui Patrício, William Carvalho, Gelson Martins, Rafael Leão, Podence, Rúben Ribeiro, Bruno Fernandes, Bas Dost e Battaglia - sendo que os três últimos acabaram por regressar, quando Bruno de Carvalho já não era o presidente dos leões. Nas cartas de rescisão, os jogadores atribuiram responsabilidades a Bruno de Carvalho.

O Sporting passou assim por um defeso complicado com uma Assembleia-Geral em que o então presidente foi destituído e impedido de concorrer novamente à presidência e até que novo presidente fosse eleito as decisões ficaram a cargo de uma Comissão de Gestão.

Além de alguns jogadores do núcleo duro, também Jorge Jesus deixou o clube. Para o seu lugar, Bruno de Carvalho contratou Sinisa Mihajlovic, mas a comissão de gestão rescindiu com o técnico e contratou José Peseiro para o lugar, que também já deixou o comando da equipa do Sporting.

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