Alcochete: «Se o Mustafá estivesse lá aquilo não tinha acontecido» - TVI

Alcochete: «Se o Mustafá estivesse lá aquilo não tinha acontecido»

15 de maio 2018, o dia que se escreveu a negro na história do Sporting e do futebol português. O ataque de umas dezenas de encapuzados à equipa na academia de Alcochete levou a um extremo impensável a situação em Alvalade. A rutura que se adivinhava, com a degradação da presidência de Bruno de Carvalho, ficou consumada com a destituição do presidente, as rescisões de vários jogadores e o clube dividido e mergulhado numa crise profunda.

O arguido Emanuel Calças falou nesta sexta-feira no caso da invasão a Alcochete

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Foi ouvido nesta sexta-feira no Tribunal do Montijo, o 14.º arguido do processo da invasão à academia do Sporting, em Alcochete.

Emanuel Calças admitiu que os elementos receberam ordens para ir ao treino da equipa principal dos leões, mas garante que aquilo que aconteceu não estava previsto e que tudo se descontrolou no local.

«Organizámos um grupo no Whatsapp chamado ‘academia amanhã’. Sobre as mensagens com ameaças? No futebol é sempre assim, diz que faz e acontece mas depois não dá em nada», apontou, afirmando: «O Mustafá dizia numa mensagem que ele ia. Foram à casinha buscar tochas, mas quem nos deu a chave não foi ninguém que aqui esteja como arguido.»

«Hoje consigo ver que foi errado o que fizemos ir pressionar os jogadores por causa do jogo da Madeira», disse ainda, relatando que aquela não foi a primeira vez que foi a Alcochete pressionar os jogadores.

«Eu já tinha estado na academia a pressionar os jogadores há duas ou três épocas. Anunciaram a nossa entrada, entrámos de cara destapada, fomos com o Nuno Mendes [Mustafá]. Falámos com os jogadores e no final acabamos por motivá-los», continuou, assegurando que a ideia era precisamente a mesma.

«O nosso objetivo era chegar a meio do treino e pararmos o treino para pedir explicações. Desta vez descontrolou-se, pensei que ia ser como das outras vezes», disse.

O arguido conta ainda que percebeu rapidamente que as coisas estavam descontroladas e que se limitou a seguir os outros.

«Quando parámos no parque de terra batida percebia-se logo que estava descontrolado... uns corriam outros não. Ee Entrei a correr (...) percebi logo que não havia contacto com a direção, uma vez que o Nuno Mendes não tinha ido. Soube que ele não ia ali. Tenho a certeza que se ele estivesse presente aquilo não tinha acontecido», acredita.

Emanuel Calças acrescentou ainda que não teve ideia exata daquilo que aconteceu, uma vez que havia muito fumo.

«Não vimos os jogadores no campo e fui atrás de outros que entraram na ala profissional. Quando entrei já havia fumo e confusão. Vi o Rui Patrício, o Podence e o Rafael Leão atrás da marquesa. Quando entrei tinha muita gente à frente, não bati em ninguém», garantiu também

«A única agressão que tive noção que existiu foi a do Jorge Jesus porque o vi a dizer que tinha sido agredido e saiu a correr atrás do agressor», concluiu.

[artigo atualizado]

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