Gelson Martins reconhece arguido: «Esteve na festa da minha filha» - TVI

Gelson Martins reconhece arguido: «Esteve na festa da minha filha»

Gelson Martins (Sporting), 22 anos

Ex-jogador do Sporting foi ouvido esta sexta-feira no âmbito do julgamento da invasão à academia de Alcochete

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Gelson Martins foi ouvido esta sexta-feira por Skype, na 22.ª sessão do julgamento da invasão à academia do Sporting em maio de 2018.

O ex-jogador, que viria a rescidir o contrato que o ligava ao clube leonino, reconheceu Domingos Monteiro, um dos 44 arguidos do processo. «Ele é do bairro na minha namorada e esteve na festa da minha filha a convite dela», disse o agora jogador do Mónaco, que recordou ter sido protegido por um dos invasores e que «pela lógica» só poderia tratar-se de Domingos Monteiro, embora não o tivesse conseguido identificar. «Quando estavam a bater no Acuña, estava um rapaz à minha frente, que não fez nada, e disse-me para eu ficar ao pé dele que não me ia acontecer nada. Como tinham todos a cara tapada, não o reconheci», disse.

Gelson Martins confessou ter recebido uma mensagem no telemóvel a avisá-lo o que estava na iminência de acontecer. «Recebi a mensagem a avisar que estavam a invadir a academia, mas, como não estamos sempre com o telemóvel, só a vi depois. Era de um amigo que passou junto da academia e viu o grupo de adeptos a aproximar-se.»

O jogador mostrou alguma relutância em identificar o amigo que lhe enviou a referida mensagem, mas acabou por fazê-lo a pedido da juíza, já depois de ter argumentado que o tinha feito durante a fase de inquérito.

Mais de um ano e meio após a invasão à academia dos leões, Gelson, agora com 24 anos, assumiu que o episódio lhe deixou marcas psicológicas. «Tive medo, paralisei perante a situação. Foi uma situação mesmo muito difícil, e acho que até hoje ainda sinto alguma dificuldade em lidar com isso, foi muito difícil para mim e para a minha família. Depois daquilo, nunca andava sozinho na rua.»

O internacional português corroborou ainda declarações anteriores prestadas por outros futebolistas e membros da equipa técnica, que afirmaram em tribunal que os seguranças tentaram fechar as portas, mas não conseguiram fazê-lo a tempo de evitar a entrada do grupo. Confirmu também que os agressores tinham como principais alvos Battaglia, Acuña, William Carvalho e Rui Patrício.

O julgamento prossegue na próxima quarta-feira (29 de janeiro), com as audições dos jogadores Piccini e Fábio Coentrão e Carlos Mota, enfermeiro. Na sexta-feira, dia 31, deverão ser ouvidos André Geraldes, ex-team manager do Sporting, que aguarda resposta ao pedido para ser ouvido por videoconferência, e William Carvalho, atual jogador dos espanhóis do Bétis e um dos ‘capitães’ dos ‘leões’ à data dos factos. Frederico Varandas, que chefiava o departamento médico e é atualmente presidente do clube, deve ser ouvido em 07 de fevereiro, enquanto José Sousa Cintra, que liderou o clube entre 1989 e 1995 e ocupou a presidência da SAD durante dois meses, por nomeação, após a saída de Bruno de Carvalho, deve ser ouvido no dia 14.

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