Caso Adrien: inscrição na Federação inglesa abre boas perspetivas - TVI

Caso Adrien: inscrição na Federação inglesa abre boas perspetivas

Braga-Sporting (Lusa)

Jerry Silva, advogado especialista em Direito Desportivo, diz ao Maisfutebol que FIFA deve ser sensível a este facto. Aconteça o que acontecer, Adrien é jogador do Leicester

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Adrien Silva e o Leicester continuam a aguardar que a FIFA analise e valide a inscrição do médio português na Federação inglesa.

Recorde-se que os dois clubes fecharam negócio em cima do fecho do mercado, mas houve um atraso no envio da documentação exigida pelo Transfer Matching System (TMS), mecanismo que valida as transferências internacionais.

Bruno de Carvalho, presidente do Sporting, já veio a público garantir que o clima é de total tranquilidade relativamente ao assunto. Prova disso é o facto de o até agora capitão dos leões não constar sequer da lista de inscritos do Sporting para a Liga dos Campeões. Nesta fase, e segundo foi possível saber junto do clube de Alvalade, a transferência de Adrien Silva para o clube inglês é um dado consumado e cabe agora à FIFA ratificar a decisão dos serviços da Federação inglesa, que confirmaram na sexta-feira (1 de setembro) a inscrição do médio internacional português na Premier League pelo Leicester.

O Maisfutebol falou com Jerry Silva, especialista em Direito Desportivo, que disse que o pior que pode acontecer a Adrien é ficar sem jogar até à abertura da próxima janela de transferência, mas que nem isso parece muito provável.

«Se a FIFA não aceitar a inscrição, vai ficar impedido de participar em competições oficiais, mas há aqui uma nuance importante, que é o facto de a transferência ter sido validada pela Federação inglesa, o que abre boas perspetivas», começa por explicar.

Para o especialista, e caso a FIFA não valide o registo de Adrien na Federação inglesa, o Leicester até pode socorrer-se de outra arma para tentar que o médio português não fique sem jogar até janeiro: «O clube teria a possibilidade de avançar com um procedimento cautelar que suspenda o indeferimento da inscrição. Mas seria um expediente muito rebuscado.»

O causídico recorre ao caso da transferência falhada de De Gea do Manchester United para o Real Madrid, em 2015, para explicar por que razão as partes envolvidas no negócio devem estar otimistas. «A transferência foi registada fora de prazo», observa, lembrando que os documentos necessários não chegaram atempadamente à Federação espanhola.

Ora, no caso de Adrien, repita-se, a transferência já foi validada pela Federação inglesa, pelo que, se dependesse exclusivamente do lado inglês, o médio já poderia ser utilizado por Craig Shakespeare.

Milhões parados podiam fazer abortar negócio?

Segundo o causídico, se no contrato não foi salvaguardada qualquer cláusula que abortasse automaticamente o negócio entre Sporting e Leicester caso Adrien ficasse impossibilitado de jogar, não há qualquer risco para os leões: mesmo que os foxes quisessem devolver um jogador inativo e pelo qual teriam pago uma quantia substancial. «Será indiferente o que acontecer daqui para a frente, porque o jogador rescindiu contrato com o Sporting para se transferir a título definitivo para outro clube. Portanto, os direitos desportivos e económicos do jogador já foram transferidos», remata Jerry Silva.

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