Jorge Silas, treinador do Sporting, depois da vitória sobre o Belenenses (2-0), em jogo da 11.ª jornada da Liga:
[Vai haver uma nova paragem na Liga, o que falta fazer?]
- Falta termos menos pressa. Queremos chegar ao golo em dois toques e ninguém chega ao golo em dois toques. Temos de ter menos pressa. Falta sermos mais solidários com bola. Temos nove jogos e sete vitórias desde que chegámos, mas ainda estamos receosos em arriscar. É verdade que não temos tido muito tempo para trabalhar, mas as vitórias têm de nos deixar mais confiantes. Temos de ver onde podemos ganhar vantagem. As coisas em que temos de melhorar, servem para qualquer sistema.
[Vai ser importante ter agora mais tempo para trabalhar?]
- Tudo o que seja tempo para treinar e estar sem competição, para nós é sempre positivo.
[Que Sporting encontrou e que Sporting projeta para o futuro?]
- A nível anímico encontrámos um Sporting muito mais abalado. Agora os jogadores estão mais soltos, mais brincalhões e isso é importante num grupo de trabalho. Hoje estão mais solidários. Hoje vi lance que não se via há três ou quatro jogos atrás. Se não dermos todos o melhor de nos próprios, não vamos a lado nenhum.
[Depois da paragem, o Sporting recebe o PSV Eindhoven. Vai estar preparado para esse jogo?]
- É importante sermos corajosos. Vamos ter mais tempo, mas nesse tempo não vamos ter os internacionais. Mas há jogadores que vão ficar. Temos de ser mais corajosos e acreditar nas nossas capacidades. Têm de se ter confiança para representar um clube destes.
[Como interpretou os assobios dos adeptos?]
- Na primeira parte sim, temos de aceitar. É a opinião dos adeptos e temos de a aceitar. Na segunda parte não. Na segunda foi mais aplausos e gritos de golo. Agora em relação à primeira parte temos de aceitar, temos de ter mais qualidade. Quando não temos, temos de ouvir assobios. Temos de saber conviver com isso, não vejo
[Os assobios começaram cedo, o que é o que o treinador pode fazer para os parar?]
- Isso é a equipa. O que a equipa faz dentro do campo é que tem de puxar pelos adeptos. Não foi logo ao princípio, foi depois de alguns erros sucessivos. Na primeira bola cometemos logo um erro. Foram demasiado erros e os adeptos começam a ficar impacientes, temos de perceber isso. Somos nós que temos de puxar pelos adeptos. Na segunda parte não cometemos tanto erros e eles puxaram por nós. Quando era jogador aprendi que tenho de meter tudo de mim em campo para que os adeptos me possam apoiar. Acho que na primeira parte não metemos tanto de nós.